Simon critica o status quo e dispara: “Estado brasileiro é incompetente para punir corrupção”

(Waldemir Barreto - Agência Senado)
No alvo – Com duras críticas à ineficiência do Estado brasileiro para punir a corrupção, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) apontou diversos escândalos milionários de desvio de dinheiro público, noticiados pela imprensa nos últimos dias.

“A corrupção é uma marca do Brasil, os escândalos envolvem agentes públicos que roubam, arrumam um bom advogado e conseguem que seu caso se arraste nos tribunais por décadas. É a impunidade pétrea vigente nessa República. Ninguém vai para a cadeia e o dinheiro não é devolvido”, desabafa Simon.

Entrevista bizarra

O senador destacou, entre outros, o desvio de R$ 400 milhões de programas ligados ao Ministério do Trabalho, envolvendo altos funcionários. Na opinião do senador, o ministro Manoel Dias (PDT) concedeu sobre o assunto “uma das mais bizarras entrevistas já publicadas de um ministro”.

Questionado sobre a possibilidade de demissão pela presidente Dilma Rousseff, o ministro disse que tomaria “providências impublicáveis”. Nada aconteceu com o ministro, até agora. Para Simon, “é lamentável se for verdade que o ministro foi mantido porque Dilma precisa do apoio do PDT para sua reeleição. Um governo honrado não age assim”.

No lugar do Mensalão

Depois que o Mensalão do PT veio à tona, em 2005, o núcleo duro do governo do então presidente Luiz Inácio da Silva decidiu mudar a forma de corromper os políticos da chamada base aliada. No lugar do pagamento de mesadas entrou o loteamento da Esplanada dos Ministérios. As pastas foram entregues aos partidos da base, sendo que cada legenda era responsável pelos escândalos de corrupção.

O modelo avançou pelo segundo mandato de Lula e continua valendo no governo de Dilma Vana Rousseff, que já não se incomoda com os casos de corrupção de seu governo, mesmo quando ministros fazem ameaças. Isso se deve ao fato de que a presidente está focada em seu projeto de reeleição e por conta disso não pode perder qualquer apoio político de peso até outubro de 2014.