Governo de SP deve endurecer o jogo com facções criminosas e descobrir o mandante da intimidação

Armação ilimitada – Beira o imponderável a ameaça da facção criminosa PCC de que deflagrará no estado de São Paulo uma onda de terror por ocasião da Copa do Mundo da FIFA, em 2014, caso os líderes sejam transferidos das unidades prisionais para outras com Regime Disciplinar Diferenciado, o RDD. Quem atua no mundo do crime não antecipa as ações dessa natureza por telefone, nem mesmo em conversas entre parceiros, pois todos sabem da existência contínua dos grampos. Isso se faz com antecedência e por meio dos chamados “pombos-correios”. Contudo, se esse tipo de conversa acabou ocorrendo, é porque os criminosos queriam que as autoridades soubessem do conteúdo.

Fica difícil saber quem é mais amador nessa epopeia. Os criminosos que trataram do assunto por telefone, se é que trataram, ou quem permitiu que as gravações vazassem para a imprensa. Isso mostra uma parcela inteligência policial paulista está falhando sobremaneira ou, então, tudo não passa de missa encomendada. Até porque, a ameaça dos criminosos engloba também o período eleitoral do próximo ano.

Desestabilizar a segurança pública no mais importante estado brasileiro interessa a alguns partidos políticos, que há muito tentam tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes. Que as facções criminosas não podem ser ignoradas e desdenhadas todos sabem, mas o contingente policial paulista em número de integrantes pode ser considerado um exército, que sob o comando de inescrupulosos seria um atalho para a implantação de um regime totalitarista, a exemplo do que vem alertando o ucho.info.

Como destacado anteriormente, parte da inteligência policial tem falhado sobremaneira em São Paulo, pois os lideres das facções tinham informações sobre a investigação que há pelo menos três anos vinha sendo feita sobre o crime organizado no estado. Tem algo muito errado nessa história, o que comprova a existência de infiltrados ou de traidores.

Em tese, nenhum apenado que se encontra em presídio de segurança máxima deveria ter condições de se comunicar com seus parceiros de crime. Se na prática isso acontece de maneira repetida, é porque a corrupção está cantando cada vez mais alto no sistema prisional.

O governador Geraldo Alckmin deve ser rápido e duro nas medidas contra os criminosos, porque qualquer lapso de tempo nesse processo pode se transformar em ferramenta de campanha. Considerando que há gente de sobra querendo se aproveitar de determinadas situações, quanto antes o Estado reagir, melhor. Até porque, o objetivo principal e primeiro de quem está por trás dessa operação já foi alcançado. O assunto caiu na imprensa e ganhou destaque, como não poderia deixar de ser. E tudo o que criminoso profissional mais gosta é de publicidade.