Imbróglios da Siemens e da Alstom são muito maiores e têm outros partidos envolvidos no esquema

Bode na sala – O governo de Geraldo Alckmin tem aproveitado o programa político do PSDB para anunciar que avançam as investigações no caso da Siemens, que é ré confessa em cartel formado para o fornecimento de material metroferroviário ao Metrô e à Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Pois bem, se o cartel existiu de fato, como parece, a Siemens deve ter se juntado a outras empresas, pois esse tipo de manobra não é samba de uma nota só.

Alckmin anunciou recentemente que as empresas serão declaradas inidôneas, o que impede que firmem novos contratos com o governo paulista, mas não interrompe os que já estão em andamento. Ou seja, o truque combinado anteriormente continua valendo.

A população do mais rico e importante estado da federação quer punição aos servidores e representantes do governo de São Paulo que se envolveram no imbróglio, pois discurso não mais convence uma sociedade cansada de tantos desmandos.

Ademais, o Ministério Público de São Paulo deveria estender as investigações para o período anterior de Mário Covas, pois é grande a chance de o esquema ter começado há décadas. Em matéria sobre a Alstom, publicada há anos neste site, o editor apontou uma mansão na região paulistana dos Jardins como sendo o quartel-general de um dos operadores do esquema criminoso.

Se o MP paulista e autoridades envolvidas nas investigações decidam voltar no tempo, por certo outros partidos políticos, não apenas o PSDB, serão arrastados para o olho do furacão em que se transformou o escândalo que recheou muitas contas bancárias abertas em paraísos fiscais. A grande questão é que nos bastidores do caso há muitos políticos influentes e da velha guarda exercendo pressão para evitar o pior.