Secretário petista intimida testemunhas para calar Gaievski, ex-assessor pedófilo de Gleisi

Silêncio comprado – As ameaças de Eduardo Gaievski de abrir a caixa de ferramentas e contar o que sabe sobre o caixa 2 do PT produziram efeitos fulminantes. Operadores do Partido dos Trabalhadores passaram a agir em duas frentes: primeiro, lançaram uma ofensiva jurídica para transferir o pedófilo (acusado de 28 estupros) de uma prisão de segurança máxima em Curitiba para um presídio em Francisco Beltrão, cidade a 70 quilômetros do Paraguai, onde as fugas são comuns. Por outro lado, cresceram as pressões sobre testemunhas para que as vítimas dos estupros mudassem seus depoimentos. A situação é tão grave que a oposição já pensa em pedir o impeachment do prefeito Milton Andreolli, do PT.

Na quarta-feira (23), o secretário de Administração da prefeitura petista Realeza, Fernandes da Silva Borges, 28 anos, junto com o filho de Gaievski, André Willian Szpak Gaievski, de 19 anos, foram presos em flagrante, na rodovia que liga Realeza a Francisco Beltrão, em companhia de duas mães de vítimas do pedófilo. Os quatro estavam indo ao cartório de Francisco Beltrão, onde as mães mudariam depoimento em que denunciavam Gaievski de estuprar suas filhas. As mulheres estavam com R$ 1 mil cada. O dinheiro seria um sinal. Uma quantia mais substancial (fala-se em R$ 20 mil) seria paga quando os depoimentos fossem alterados inocentando Gaievski.

A Polícia Civil do Paraná estava investigando a dupla e outros dois cúmplices – um homem e uma mulher, envolvidos na intimidação de testemunhas. O secretário municipal de Realeza e o filho de Gaievski foram enquadrados o artigo 243 do Código Penal, além de formação de quadrilha, porque atuavam criminosamente com mais de duas pessoas.

Não é a primeira vez que o secretário de Administração da prefeitura petista Realeza, Fernandes da Silva Borges, é apanhado intimidando testemunhas dos estupros de Gaievski. Denúncia divulgada pela revista Veja em 14 de setembro diz:

“Em depoimento ao Ministério Público, o aposentado João Pontes, avô de uma das vítimas, afirma que foi ameaçado a deixar um terreno da prefeitura caso as declarações de sua neta não fossem retiradas do processo. Pontes morava com sua esposa e dois filhos há nove anos no Viveiro Municipal, em Realeza, e foi instruído, no dia 3 de setembro, pelo secretário de Administração da prefeitura, Fernandes Borges, a convencer a neta a retirar a denúncia contra o ex-prefeito. Diante da negativa, um dia depois, João Pontes recebeu notificação do atual prefeito de Realeza, Milton Andreolli (PT), para desocupar em 30 dias o imóvel onde morava”.