Contas do governo têm maior déficit para setembro desde o Real, problema que o pré-sal não resolve

Calculadora em pane – Fanfarrão conhecido em todo o planeta, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, agora um bem sucedido lobista de empreiteira, conquistou ao longo dos últimos anos muitas honrarias mentirosas, concedidas por universidades de aqui e acolá. Isso porque aqueles que condecoraram Lula se deixaram levar pela pirotecnia palaciana, ignorando a dura realidade enfrentada pelos brasileiros no cotidiano.

Horas depois de rebater a ex-senadora Marina Silva e afirmar que o governo do PT devolveu ao Brasil a estabilidade econômica, perdida, segundo o petista, durante a era FHC, Lula foi obrigado a digerir os números das contas públicas federais no mês de setembro, que registrou o pior resultado para o período desde o advento do Plano Real.

De acordo com dados do Tesouro Nacional, em setembro a arrecadação de impostos e outras receitas ficou aquém das necessidades do governo federal para enfrentar suas despesas com servidores, custos administrativos, investimentos e programas sociais, além do subsídio às empresas de energia elétrica que aderiram ao programa que permitiu a redução do valor da conta de luz. No total, o caixa do Tesouro encerrou o nono mês do ano com um rombo de R$ 10,5 bilhões, o que confirma a ineficácia do plano de ajuste fiscal do governo para manter a inflação sob controle.

Quando prevalece o bom senso, a melhor receita é gastar menos do que se recebe, mas essa teoria sequer é considerada pelo governo petista de Dilma Vana Rousseff, uma vez que até as eleições de 2014 a gastança oficial será imperiosa. Sendo assim, aos palacianos resta torcer para que um milagre ocorra e a arrecadação tributária dispare sem qualquer explicação.

O descontrole obrigou o governo a tomar dinheiro emprestado no mercado financeiro para bancar suas despesas. Com a taxa básica de juro, a Selic, em alta por causa da inflação, o governo paga mais pelo dinheiro.

É verdade que esse vai e vem das contas públicas sofre interferências sazonais, mas dados do Tesouro Nacional mostram que o problema é outro e bem maior. É o que se pode chamar de corrosão fiscal. Considerando apenas os nove primeiros meses do ano, o saldo das contas públicas despencou de R$ 75,3 bilhões, em 2011, para R$ 54,8 bilhões, em 2012. No mesmo período deste ano, o saldo é ainda mais assustador: R$ 27,9 bilhões.

A imprensa, em sua maioria amestrada e devidamente recompensada, só noticia o que interessa ao Palácio do Planalto. Se no período de janeiro a setembro o saldo das contas, entre 2011 e 2013, encolheu incríveis R$ 47,4 bilhões, o montante que caberá à União na exploração do Campo de Libra – R$ 30 bilhões anuais durante 35 anos – nada representa. Mesmo assim, os meios de comunicação abrem largo espaço para a fumaça que Dilma Rousseff insiste em espalhar.