Prisão de fiscais da prefeitura de SP coloca Haddad e Kassab em lados opostos do ringue político

Troca de farpas – O escândalo das propinas pagas a servidores da prefeitura de São Paulo por construtoras é resultado de algum desacerto entre os marginais do poder público, pois esse tipo de conduta não é novidade na maior cidade brasileira. Reduzir o valor do ISS de imóveis recém-construídos para a concessão do “habite-se” é uma prática comum e de décadas.

Com o caso nas manchetes, as autoridades começam a procurar o chamado “boi de piranha” para garantir a passagem da manada em rio repleto de peixes carnívoros, pois só assim que está no topo da cadeia de corrupção consegue se safar.

A grande questão nesse caso é a cizânia política entre o PT de Fernando Haddad, atual prefeito da cidade, e o PSD de Gilberto Kassab, que deixou a prefeitura paulistana em 31 de dezembro passado.

A operação que culminou com a prisão de quatro fiscais da prefeitura paulistana foi deflagrada dias após o PSD ter se rebelado na Câmara Municipal contra o aumento do IPTU, matéria que foi aprovada em segundo turno por placar apertado (29 a 26). O noticiário tem insistido na informação de que os fiscais presos agiam ilegalmente desde a administração Kassab, mas o ex-prefeito nega qualquer responsabilidade na indicação dos mesmos para cargos de confiança.

Para rebater as acusações, Gilberto Kassab afirma que em qualquer gestão há problemas relacionados a corrupção e que merecem investigação. Para reforçar sua tese, Kassab disse que até mesmo no período em que Haddad esteve à frente do Ministério da Educação aconteceram escândalos.

Resumindo, no fundo do palco há as eleições de 2014, mas a briga de rua já começou com força e golpes baixos. E os eleitores que se preparem, pois esse é apenas o primeiro capítulo.