Líder do PPS na Câmara dos Deputados reafirma posição do partido pelo fim da reeleição

Ponto polêmico – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) reafirmou, nesta terça-feira (5), a posição do partido a favor do fim da reeleição para prefeito, governador e presidente da República. A extinção foi incluída na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) elaborada pelo grupo de trabalho da Casa que trata da reforma política.

Na opinião do parlamentar, a reeleição foi uma experiência que não se mostrou bem sucedida no Brasil. “Quando um governante é eleito, no primeiro dia de trabalho ele já está pensando em garantir a reeleição. Isso contamina toda a gestão pública. O que precisamos é eleger pessoas com o compromisso de, em quatro anos, implantar projetos eficientes e que atendam melhor a sociedade”, afirmou Rubens Bueno.

O ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) vem trabalhando fortemente nos bastidores contra a proposta. “Essa é mais uma incoerência dele que, no passado, assim como o PPS, lutou contra a aprovação da reeleição. Foi só conquistar o governo, esqueceu tudo o que defendia e agora quer manter a reeleição para facilitar o projeto hegemônico de poder patrocinado pelo PT”, criticou o líder do PPS.

Proposta do PPS

O PPS, lembrou Rubens Bueno, foi o primeiro partido a apresentar no Congresso Nacional uma proposta fechada de reforma política que tem, entre seus itens, o fim da reeleição. “Quatro anos é tempo suficiente para que se faça um bom governo, com foco na qualidade da administração e no gasto eficiente dos recursos públicos”, defendeu o deputado.

A PEC produzida pelo grupo de trabalho será entregue na quarta-feira (7) ao presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e a expectativa é de que ela seja votada no início do próximo ano.

Aparelhamento da máquina

É importante lembrar que a máquina federal foi escandalosamente aparelhada pelo Partido dos Trabalhadores na última década, o que por certo dificultará o trabalho de qualquer candidato oposicionista que vença a eleição presidencial.

A estrutura do governo federal está de tal forma partidarizada, que uma “limpeza” exigirá pelo menos dois anos, período em que governar o País será um considerável desafio. De tal modo, um presidente da República, membro da oposição, teria seu mandato reduzido, na prática, pela metade.

A história mostra de forma quase unânime que a reeleição não produz bons resultados, mas o melhor seria aumentar para cinco anos o período dos mandatos de presidente, governadores e prefeitos.