Velocidade baixa – A zona do euro deverá crescer menos que o esperado em 2014, informou a Comissão Europeia nesta terça-feira (5). O órgão executivo da UE apontou para novos riscos de déficits orçamentários na França e na Espanha, que poderiam obrigar os governos desses dois países a adotarem medidas econômicas adicionais.
Tendo em conta a desaceleração em países emergentes como o Brasil, que pesa sobre a economia europeia, Bruxelas voltou a reduzir a previsão de crescimento do bloco de 28 países para 2014, ano no qual a zona do euro – grupo de 17 países que usam a moeda única europeia – deverá virar a página da recessão para consolidar o crescimento, mesmo que num ritmo lento.
A Comissão Europeia projeta crescimento de 1,1% para 2014 – em vez dos 1,4% previstos há um ano – e 1,7% para 2015.
A Alemanha, sem surpresas, deverá sustentar o crescimento, afirmou Olli Rehn, comissário de Finanças da UE, nesta terça. O país deve crescer 0,5% este ano. Para os próximos dois anos, as projeções são ainda mais otimistas. O Produto Interno Bruto (PIB) alemão deve aumentar 1,7%, em 2014, e 1,9%, em 2015. Em 2012, o PIB do país cresceu 0,7%, após crescimento de 3% no ano anterior.
“Há sinais crescentes de que a economia europeia atingiu uma virada. A consolidação dos orçamentos e as reformas estruturais criaram uma base para a retomada do crescimento”, disse Rehn, mesmo considerando que é “muito cedo para cantar vitória”.
Entre os motivos para a inquietação, está o nível de desemprego na zona do euro, que deve permanecer na casa dos 12,2%, recorde histórico.
Valorização do euro
A economia na zona do euro deve crescer 0,5% no segundo semestre deste ano, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pela Comissão Europeia. O índice é superior à projeção anterior de maio passado, que previa um declínio de 0,1% para o período. Apesar do crescimento na segunda metade do ano, o bloco que reúne 17 países deve registrar retração de 0,4% em 2013.
Ainda de acordo com a UE, o crescimento no segundo semestre está ligado à alta do euro diante do dólar nos últimos meses. O euro mais forte, que subiu mais de 5% em relação à moeda americana nos últimos quatro meses, torna as exportações da zona do euro mais caras e poderia comprometer a recuperação econômica do bloco após um longo período de recessão.
A Comissão Europeia também afirmou que a moeda comum europeia se valorizará em ritmo recorde este ano e que o fortalecimento deverá continuar em 2014.
Por outro lado, Itália, Espanha, Portugal e Grécia continuam lutando para sair da crise. Os quatro países devem fechar 2013 com retração em suas economias. A pior situação está na Grécia, onde o recuo deve ser de 4%, enquanto Itália e Portugal devem registrar queda de 1,8% e a Espanha, de 1,3%. (Com agências internacionais)