Custo dos quatro estádios públicos da Copa do Mundo tem alta de quase R$ 700 milhões

mane_garrincha_03Caso de polícia – Quando a FIFA, em 31 de outubro de 2007, anunciou que o Brasil sediaria a Copa do Mundo de 2014, o ucho.info foi célere ao afirmar que se tratava de um equívoco da entidade maior do futebol e uma irresponsabilidade desmedida do governo brasileiro. Nossa opinião, que prevalece até hoje, é que o Brasil não tem qualquer condição de recepcionar um evento dessa magnitude. Para fingir que é possível, o governo federal está torrando o suado dinheiro do contribuinte em diversas obras, começando por estádios superfaturados que, passada a competição, serão verdadeiros elefantes brancos.

Para provar que o projeto da Copa é um monumental absurdo, nesta segunda-feira (25) o Comitê Organizador Local (COL) divulgou mais um balanço geral sobre o andamento das obras que constam da Matriz de Responsabilidade, assumida pelo governo junto à FIFA para abrigar o certame futebolístico. Na quinta atualização do balanço, que traz dados do mês de setembro, é possível verificar que os estádios que receberão jogos da Copa estão mais caros quase R$ 1 bilhão.

Em dezembro de 2012, por ocasião da quarta atualização do balanço, o investimento total previsto para os 12 estádios da Copa era de R$ 7,107 bilhões. Nove meses depois, a conta já alcançava a marca de a R$ 8,005 bilhões, uma diferença de R$ 898 milhões. Como comparação, o mais caro estádio construído do zero, o Itaquerão, tem previsão de custar R$ 820 milhões. Sem contar a irresponsável isenção fiscal concedida pela prefeitura de São Paulo.

A majoração nos custos de construção dos estádios se deve principalmente à finalização das obras das arenas públicas utilizadas na Copa das Confederações. O Estádio Mané Garrincha, em Brasília, deveria custar R$ 1,015 bilhão, de acordo com o balanço divulgado em dezembro passado. Na atualização divulgada nesta segunda-feira, o custo do Mané Garrincha saltou para R$ 1,403 bilhão. Diferença de aproximadamente R$ 400 milhões, o que o que representa aumento de quase 40%.

Dos quatro estádios públicos, pelo menos três deles devem se tornar inúteis: Mané Garrincha, Arena Amazônia e Arena Pantanal. Afinal, o Distrito Federal e os estados de Mato Grosso e Amazonas não têm tradição futebolística que justifique a construção de estádios bilionários. Apenas o Maracanã terá o investimento justificado pelo uso frequente.

Esse pulo no custo da construção dos estádios já era esperado, mas as autoridades nada fazem para combater esse movimento que consome o dinheiro dos brasileiros. Tal situação ocorreu por ocasião dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, quando o orçamento inicial foi extrapolado de maneira criminosa. Fato é que nesses sobrepreços muitos políticos garantiram o financiamento de suas respectivas campanhas eleitorais, cujo sucesso depende da quantidade de dinheiro investido.