Morre em São Paulo, aos 70 anos, o meia uruguaio Pedro Rocha, ídolo do Peñarol e do São Paulo FC

pedro_rocha_01Minuto de silêncio – Elegante com a bola no pé e considerado por Pelé, em 1968, como “um dos cinco melhores jogadores do mundo”, o uruguaio Pedro Virgilio Rocha Franchetti morreu na noite de segunda-feira (2), aos 70 anos, na capital paulista.

Dono de técnica exemplar, Pedro Rocha atuou pelo Peñarol, São Paulo Futebol Clube e seleção do Uruguai. A um dia de completar 71 anos, Rocha não resistiu a uma atrofia do mesencéfalo – doença cerebral degenerativa que o acompanhava há cinco anos – e morreu na Santa Casa de Misericórdia, onde estava internado.

Pedro Rocha vestiu a camisa de quatro clubes brasileiros, mas foi no Tricolor do Morumbi que o meia viveu a melhor fase como jogador, entre 1979 e 1977. No SPFC, Pedro Rocha disputou 375 jogos e marcou 113 gols, sendo importante na conquista dos Campeonatos Paulistas de 1971 e de 1975, além do Brasileiro de 1977, quando, em entrevista ao Jornal da Tarde, disse: “Meu melhor ano no São Paulo foi em 1975. Durante o ano inteiro, perdemos só uns três jogos, e, é lógico, ganhamos muito em bichos”.

Pedro Rocha foi companheiro de Gérson, Toninho Guerreiro e Muricy Ramalho. O atual técnico do São Paulo assim definiu o uruguaio: “Ele era muito educado, um cara diferente no futebol. Caladão, não era de muita brincadeira e gostava muito de jogar sinuca. Era invencível, tinha uma precisão para defender e atacar, até parecia que estava jogando futebol. Para ficar perto dele, comecei a jogar sinuca também. Melhorei muito, mas nunca consegui vencer Pedro Rocha. Mas estava ali, perto dele. Era a prova de que estava vencendo na vida. O cara era um gênio da bola”.

Antes de se aposentar, o jogador atuou pelo Coritiba, Palmeiras, Bangu e Monterrey. Logo após deixar os gramados, Pedro Rocha abriu uma loja de material esportivo no bairro do Itaim Bibi, na Zona Sul paulistana. Rocha, que escolheu a cidade de São Paulo como seu porto seguro, trabalhou como treinador em equipes como Mogi Mirim, Portuguesa e Internacional. Além disso, foi dono de um bingo e enfrentou sérios problemas financeiros. Tinha uma aposentadoria de R$ 1,8 mil e o São Paulo ajudava a custear seu tratamento médico.

Por sua incontestável facilidade de fazer gols, Rocha ganhou o apelido de Verdugo. O escritor uruguaio Eduardo Galeano assim definiu a invejável intimidade do jogador com a bola: “Pedro Rocha fazia o que queria com a bola, e ela acreditava totalmente nele.”