Jogo de cena – A denúncia do delegado Romeu Tuma Júnior de que algumas contas bancárias no paraíso fiscal das Ilhas Cayman pertencem a petistas, começando pelo mensaleiro condenado José Dirceu, é a prova maior do sempre afirmou o ucho.info. Durante o julgamento da Ação Penal 470, os ministros do Supremo Tribunal Federal erraram ao classificar como fraudulentos os empréstimos bancário que também alimentaram o caixa do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional.
Os contratos não poderiam ser objeto de fraude porque sempre foram fictícios, uma vez que serviram para repatriar de forma criminosa o dinheiro que o partido mantinha no exterior. Os tais empréstimos serviram para disponibilizar no Brasil o dinheiro que foi transferido no exterior às instituições financeiras envolvidas na operação. É importante destacar que o Banco Rural, por exemplo, agora liquidado, era proprietário do Trade Link Bank, como sede nas Ilhas Cayman.
Que os petistas sempre foram apaixonados pelas Ilhas Cayman todos sabem, mas a situação do partido pode tornar-se ainda pior se o assunto for levado a cabo em termos de investigação. Há no rol de contas bancárias abertas no paraíso fiscal nomes de outras figuras proeminentes do PT, que se descobertos podem implodir o governo petista de Dilma Vana Rousseff, que já chacoalha, junto com o companheiro Lula, no rastro da denúncia da fábrica de dossiês que funcionava e ainda funciona no Ministério da Justiça.
As autoridades envolvidas na nova fase de investigação do Mensalão devem se debruçar sobre os tais empréstimos bancários, que só foram legalizados depois que o escândalo veio à tona. Até então, a ideia era fingir que os contratos eram legais e que resultariam em inadimplência por parte do tomador, o que permitiria às instituições financeiras lançarem os prejuízos nos respectivos balanços e se beneficiarem no Imposto de Renda, uma vez que a legislação permite que o valor seja descontado em cinco parcelas anuais consecutivas e de igual valor.
As contas no paraíso
Como se sabe, nenhum banqueiro, por mais interesse que tenha em se aproximar do governo, concede empréstimos de forma tão arriscada e sem garantias. A confusão se formou no momento em que o esquema financeiro do Mensalão do PT, pilotado por Marcos Valério Fernandes de Souza, foi descoberto com a eclosão do esquema de compra de parlamentares no Congresso Nacional.
Nesse emaranhado de corruptos há muito mais gente graúda do que se pode imaginar, o que deve levar o PT a partir para o ataque como forma de se defender. Mas isso acontecerá por meio de jornalistas amestrados, que não se avexam em produzir matérias e reportagens de encomenda, desde que devidamente recompensados.
Quem acompanhou com atenção o depoimento do doleiro Antonio de Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, na CPI dos Bingos e seguiu suas pistas sabe que o PT está por um fio. Basta que a oposição desça do salto alto e parta para um desmonte organizado do partido que elegeu o banditismo político como regra. As contas de números 60.356356086 e 60.356356199, abertas no Trade Link Bank, são o fio da meada. A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo têm informações detalhadas sobre o verdadeiro e inicial operador das tais contas.
Preso na Operação Farol da Colina, da Polícia Federal, Toninho da Barcelona afirmou, durante depoimento, que trocou grandes somas em dólar, entre 1998 e 2002, para diversos dirigentes petistas, entre eles o agora presidiário José Dirceu, à época presidente do PT. O doleiro disse também que fez diversas remessas de dólares para o exterior a pedido de empresários paulistas e figuras conhecidas no mundo dos negócios e da política, como o criminalista Márcio Thomaz Bastos, que comandou o Ministério da Justiça na era Lula.
Após a prisão do doleiro, o dinheiro sujo do partido que estava depositado no exterior passou a ser transacionado diretamente com Trade Link Bank, sendo os valores eram repatriados por meio dos empréstimos fictícios.
Toninho da Barcelona prometeu dar detalhes do assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, e do esquema de arrecadação de propina na cidade do ABC paulista, mas acabou silenciando depois de solicitar garantia de vida à PF. Apesar da mudez do doleiro, o livro do delegado Tuma Júnior calou pelo menos metade da Esplanada dos Ministérios.