Haddad adia decisão sobre táxis nos corredores de ônibus, pois ter os taxistas contra é suicídio político

taxi_01Marcha à ré – Seguido de perto pela incompetência, o prefeito Fernando Haddad, de São Paulo, vem causando preocupações aos integrantes da cúpula do PT. Isso porque o alcaide paulistano, afilhado político de Lula, caiu em desgraça junto à população da maior cidade brasileira e seus índices de reprovação não são pequenos. Tal situação compromete os planos do partido, que alimenta o sonho de conquistar o Palácio dos Bandeirantes, em 2014, com a candidatura de Alexandre Padilha, ministro da Saúde.

Na manhã desta segunda-feira (16), Haddad acompanhou à distância manifestação de taxistas que protestavam contra o projeto que proíbe a circulação de táxis nos corredores de ônibus. Depois de o messiânico Lula entupir as cidades do País com numerosas frotas de carros novos, Fernando Haddad resolveu solucionar o trânsito da capital paulista com uma lata de tinta e um pincel, como se a criação de corredores exclusivos de ônibus fosse um milagre.

Os taxistas fizeram uma carreata que tomou algumas vias importantes da cidade, como as avenidas Paulista e 23 de Maio, e depois estacionaram os veículos no Viaduto do Chá, onde está localizada a sede da prefeitura. Diante da pressão, Haddad preferiu deixar a discussão sobre a restrição aos táxis para janeiro. Atualmente, táxis com passageiros podem usar as faixas de ônibus, mas a prefeitura quer mudar a regra para aumentar a velocidade média dos coletivos.

“Nós vamos reunir os conselhos da Cidade e do Transporte para apresentar os estudos porque não queremos tomar uma decisão sozinhos. Seria de bom tom se a gente fizesse uma discussão na Câmara”, disse o prefeito.

Fernando Haddad sabe que proibir os táxis com passageiros de usarem os corredores de ônibus provocará inúmeros transtornos, sem qualquer benefício expressivo ao transporte público. O primeiro dos problemas será a imediata queda no faturamento dos taxistas, pois as corridas custarão mais se os táxis tiverem de circular em meio aos engarrafamentos. Com isso o número de passageiros deve diminuir, sem que esses migrem para os coletivos. O segundo problema será o aumento dos congestionamentos com a presença dos táxis em meio aos veículos particulares.

Porém, o problema maior não é palpável e concreto, mas pode ser conferido com facilidade. Os motoristas de táxi representam uma importante legião de formadores de opinião, que em época de eleição chega a ser considerada como o mais eficiente e confiável instituto de pesquisa. Se os taxistas decidirem jogar contra Haddad, o PT e Alexandre Padilha podem desde já desistir da eleição, pois está longe de ser suave a peçonha discursiva que circula pela cidade a bordo dos táxis.

Não é difícil imaginar o que representa uma ação com 38 mil taxistas da quarta maior cidade do planeta fazendo campanha “boca a boca” para algum adversário do PT. (Notícia atualizada às 19h54)