De olho no passado – Presidente nacional do PSDB e candidato da legenda na corrida ao Palácio do Planalto em 2014, o senador Aécio Neves (MG) apresentou nesta terça-feira (17) as bases da agenda que será proposta pelos tucanos ao Brasil. O documento reúne temas e ideias que foram pauta de discussões nos encontros regionais do partido e serão levados para debate com a sociedade.
Em artigo publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, Aécio afirma que as ideias podem ser as bases de uma nova agenda para o Brasil. “Não se trata de um diagnóstico técnico ou um programa de governo, mas de reivindicações, cobranças, expectativas e sentimentos vindos dos quatro cantos do país, que constituem pontos de partida para o aprofundamento do diálogo com os brasileiros”, destacou.
De acordo com o senador mineiro, os encontros constataram que “as urgências de dez anos atrás permanecem as mesmas de hoje”. As dificuldades enfrentadas pela população nordestina em razão da seca, a ausência de uma política nacional de segurança, o abandono do sistema de saúde e os gargalos da infraestrutura precária foram alguns dos problemas relatados nas reuniões.
“A formatação de um novo diálogo nacional tornou-se imprescindível para que a lógica das decisões do poder público, tantas vezes distante da realidade, ganhe legitimidade e efetiva participação da cidadania”, afirmou.
O senador destacou ainda que “é hora de somar forças para a construção coletiva de um novo projeto para mudar de verdade o Brasil”. Em suma, o PSDB quer levar o Brasil a fazer as pazes com o passado, mais precisamente com a era que antecedeu os desastrados governos petistas de Lula e Dilma.
O deputado federal Eduardo Azeredo (MG), réu no processo do Mensalão Mineiro, destacou a importância da proximidade com a sociedade. “O modelo que o PSDB está conduzindo é um modelo democrático em que Aécio Neves pôde visitar diversas regiões brasileiras”, disse.
Na opinião de Azeredo, a nova agenda tucana deve priorizar o desenvolvimento econômico. “Uma agenda de crescimento econômico que garanta à população a sua própria forma de sobrevivência. Nós temos um índice de crescimento muito pequeno em relação a outros países em desenvolvimento. Portanto, o país poder ter um crescimento em que as pessoas tenham uma infraestrutura melhor e oportunidades de empregos qualificados”, destacou.
Para o deputado federal Vanderlei Macris (SP), é importante ouvir a sociedade para elaborar uma nova agenda para o País. “O partido caminha na direção correta quando ouve a sociedade em busca de uma agenda positiva para o Brasil. Hoje, mais de 63% da população clama por mudanças porque o atual conjunto de poder que comanda o país já se esgotou”, declarou.
De acordo com Macris a sociedade exige mudanças estruturais. “O governo não investe na área social nem na infraestrutura e não constrói um ajuste fiscal capaz de garantir investimentos. O PSDB quer ouvir esse clamor da sociedade na direção de novos projetos para o país que possam mostrar um Brasil diferente”, ressaltou.
Tudo muito bem, mas de nada adianta essas formalidades de campanha se o PSDB continuar com a postura de criticar o desgoverno petista como se tivesse a confessar na igreja da esquina mais próxima. Muitos tucanos insistem em não descer do salto alto, onde estão desde que deixaram o poder central, e a fazer críticas no estilo “punhos de renda”. O PT e sua horda precisam ser enfrentados em igualdade de condições, pois do contrário o jogo sujo e rasteiro mais uma vez dominará a eleição presidencial do próximo ano.