BC norte-americano anuncia redução de estímulos, mas Dilma insiste em destilar soberba e arrogância

dilma_rousseff_399Hora da verdade – Quando apresentou Dilma Rousseff à parcela desavisada do eleitorado e disse que sua pupila era a garantia de continuidade, Lula, o lobista e dublê de dedo-duro, pela primeira vez não faltou com a verdade. Afinal, Dilma tem se valido da mitomania palaciana e abusado das metáforas em seus discursos messiânicos. Na manhã desta quarta-feira (18), em entrevista à Rádio Jornal, do Recife, a presidente disse que “Não há nada que o Brasil não possa segurar”. A declaração da presidente foi uma referência aos possíveis efeitos da crise norte-americana na economia do Brasil.

Repetindo o antecessor, que no final de 2008 afirmou que a crise internacional chegaria ao Brasil como “marolinha”, Dilma abusou da bazófia ao ampliar seu comentário sobre o tema e disse que não mais existe a situação de que um espirro nos Estados Unidos provoque uma pneumonia no Brasil.

“A dívida nacional está sob controle pelo décimo primeiro ano consecutivo, temos um grande volume de investimentos estrangeiros no Brasil, temos reservas – e sabemos usá-las – e temos um índice de desemprego muito baixo”, declarou a presidente. “Queremos que a turbulência seja rápida, vamos tranquilamente enfrentar esse momento”, completou a petista.

Diferentemente do que afirma a presidente, a dívida nacional pode até estar sob controle, mas encontra-se em curva crescente. Situação comprometedora para um país cujo governo sofre de monumental incompetência no momento de fazer investimentos. A economia brasileira, é sabido, está cambaleante, porque os palacianos erraram a mão nos últimos anos por ocasião da escolha de medidas de incentivo e de combate à inflação.

Dilma pode dizer o que bem quiser, até porque o Brasil ainda é, pelo menos na teoria, uma democracia, mas não se pode negar que é extremamente preocupante a combinação “PIB baixo e inflação alta”. Os petistas, sempre magnânimos e derradeiros salvadores do universo, não aceitam a realidade como ela é, por isso endossam o discurso mentiroso da presidente, que precisa passar ao eleitorado a falsa imagem de uma governante competente e especialista em assuntos econômicos.

Na entrevista à emissora de rádio pernambucana, Dilma destacou que as recomendações dadas ao governo por Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, sobre os impactos da economia norte-americana no Brasil serão levadas a sério. A economia dos Estados Unidos está se recuperando e o Federal Reserve (Fed) deve interromper a injeção de US$ 85 bilhões mensais no mercado, por meio da compra de ativos. Isso deve fazer com que os investimentos em países emergentes migrem para papeis da dívida do Tesouro ianque.

A presidente garantiu que o Brasil está preparado para qualquer efeito colateral que resulte da decisão do Fed, que no final desta quarta-feira anunciou que a partir de janeiro do próximo ano reduzirá em US$ 10 bilhões o estímulo mensal (US$ 85 bilhões) à economia do país. Para que o leitor consiga avaliar a irresponsabilidade que recheou a declaração presidencial, o governo dos EUA injeta mensalmente no mercado local 20% das reservas internacionais brasileiras, atualmente no patamar de US$ 400 bilhões.

Dilma precisa compreender que o seu partido, o PT, conseguiu a proeza de arruinar a economia brasileira em apenas uma década, apostando em um modelo perigoso de incentivo ao mercado, que levou a população a níveis recordes de endividamento e ainda patrocina elevados índices de inadimplência. Esse cenário, turbinado pela ousadia da inflação e a timidez da economia, torna o Brasil vulnerável.

Ademais, se espirro nos EUA não significa pneumonia no Brasil do “Mais Médicos”, Dilma deveria saber que há muitos registros de mortes que ocorreram por causa de um simples espirro. Resumindo, Dilma é, sem tirar nem por, a estrita continuidade de Lula, conhecido nos porões do truculento DOI-Codi como “Agente Boi”.