Possível perda de mandato leva prefeito a desistir de depor a favor do ex-assessor pedófilo de Gleisi

eduardo_gaievski_17Fugindo da raia – O prefeito de Realeza, Milton Andreolli (PT), comunicou à Justiça que não mais servirá de testemunha de seu antecessor Eduardo Gaievski (na foto, ao lado do ministro Paulo Bernardo da Silva), ex-assessor especial e pedófilo de Gleisi Hoffmann na Casa Civil. A decisão de Andreolli tem o bjetivo de não dar mais combustível ao movimento que cresce na Câmara Municipal de Realeza para cassar seu mandato por crime de responsabilidade. O prefeito é suspeito de ter colocado toda a máquina do município para tentar livrar Gaievski, que está preso desde agosto acusado de 40 crimes sexuais (26 estupros de menores, 17 contra vulneráveis).

As articulações de Andreolli para proteger Gaievski, levado a Brasília por Gleisi Hoffmann para cuidar das políticas do governo federal relativas a menores, caminhavam para um escândalo de grandes proporções e, de acordo com advogados consultados por vereadores de Realeza, eram graves o suficiente para fundamentar um processo de cassação de mandato. O prefeito usou a estrutura municipal para pressionar testemunhas, com o objetivo de que retirassem ou desmentissem depoimentos que implicavam Gaievski. Uma das testemunhas, que se recusou a colaborar, perdeu a bolsa de estudos concedida pela prefeitura.

Outro caso escandaloso do uso da máquina pública, pelo prefeito, para proteger o pedófilo é o do aposentado João Pontes, avô de uma das vítimas. Ele foi despejado de um terreno da prefeitura, onde residia há anos, porque sua neta – vítima de Gaievski – não desmentiu depoimento contra o monstro da Casa Civil. Pontes morava com a mulher e dois filhos há nove anos no Viveiro Municipal, em Realeza, e foi instruído, em 3 de setembro, pelo secretário de Administração da prefeitura, Fernandes Borges, a convencer a neta a retirar a denúncia contra o ex-prefeito. Diante da negativa, foi notificado pelo próprio Milton Andreolli para desocupar em no máximo trinta dias o imóvel. O despejo só foi evitado por uma medida cautelar tomada a pedido do advogado Natalício Farias, que defende as vítimas e é assistente de acusação no caudaloso processo contra o pedófilo que integrava a roda de pessoas de confiança da petista Gleisi.

Andreoli concedeu licença de dois anos para o secretário municipal da Administração, Fernandes Borges, preso quando subornava vítimas para que mudassem depoimentos sobre os estupros cometidos pelo delinquente sexual. O prefeito também não demitiu Edmundo Rafael Gaievski, o Fafo, irmão do pedófilo e motorista da prefeitura, apesar de ele estar foragido há mais de quarenta dias, também acusado de subornar e intimidar vítimas e testemunhas.