Curto-circuito – Não faz muito tempo, a presidente Dilma Rousseff disse que prefere ouvir o ruído da democracia a ter de conviver com o silêncio de um regime de exceção. Tempos depois, no rastro das manifestações populares de junho e julho de 2013, a presidente afirmou que ouviu a voz das ruas. Se as declarações presidenciais têm algum fundo de verdade não se sabe, mas é no mínimo estranha a decisão do governo federal de criar uma tropa de choque com dez mil homens para enfrentar os protestos durante a Copa do Mundo.
De acordo com informações do próprio governo do PT, o contingente será distribuído entre as doze cidades que receberão jogos do torneio planetário de futebol organizado pela FIFA. Os integrantes da anunciada tropa de choque são policiais militares fazem parte da Força Nacional de Segurança (FNS), criada em 2007 por lei sancionada pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, o dedo-duro Lula. A FNS é formada por policiais civis e militares, bombeiros e peritos de todos os estados brasileiros, todos voluntários e que se submetem a treinamento intenso antes de serem enviados a missões específicas.
É de conhecimento do Palácio do Planalto que a população está insatisfeita com a situação caótica em que se encontra o País e principalmente com a irresponsabilidade do governo em ter lutado para sediar a Copa do Mundo, evento de grande magnitude que no balanço final terá consumido algumas dezenas de bilhões de reais para a construção de estádios, obras de infraestrutura e outros badulaques exigidos pela FIFA.
O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do planeta, sem que o governo dê a devida contrapartida ao contribuinte, que continua financiando a irresponsabilidade de um governo paralisado por conta a incompetência de seus integrantes. Enquanto verdadeiras fortunas são torradas para atender às exigências da FIFA, setores como saúde, educação, segurança e transporte continuam na fila de espera, recebendo apenas algumas maquiagens oficiais para enganar a opinião pública.
Campo minado
A criação dessa tropa de choque com dez mil policiais é mais uma truculência absurda de um governo que trabalha apenas para que o Partido dos Trabalhadores consiga avançar em seu projeto totalitarista de poder. Isso passa pela eleição presidencial de outubro próximo, quando Dilma Rousseff tentará a reeleição. O que exigirá que o País viva sob o manto da farsa, evitando que a dura realidade que campeia por essa louca Terra de Macunaíma alcance o noticiário internacional, derrubando ainda mais a credibilidade de uma governante desacreditada.
No momento em que o governo decide criar, com base na truculência, um antídoto para eventuais manifestações populares, fica patente que a democracia está em constante ameaça, colocando em risco o direito constitucional do cidadão de se manifestar livremente. Como o governo não divulgou, pelo menos por enquanto, qual é a interpretação oficial para manifestação violenta, não é errado pensar que qualquer crítica mais ruidosa contra os atuais donos do poder poderá terminar em pancadaria e por consequência em tragédia. Não custa lembrar que os protestos violentos de junho e julho passados foram protagonizados em sua maior parte por pessoas adeptas do radicalismo esquerdista ou arregimentadas por entidades que defendem a utópica ideologia política que vem devastando a América Latina.
É importante que a parcela esclarecida da população fique atenta e vigilante, porque nos estados em que o PT tem interesses políticos as consequências dos eventuais protestos poderão ser guindadas aos palanques eleitorais. São Paulo é um dos estados que podem ser vítimas dessa armação política do governo, até porque o PT há muito tenta tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes.