Nível dos reservatórios das hidrelétricas do NE está abaixo de 35%, situação que tira o sono das autoridades

agua_18Luz de vela – Já preocupa as autoridades do governo federal o atraso no início do período das chuvas, que tem deixado os reservatórios das usinas hidrelétricas do País em nível baixo, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Na Região Nordeste, por exemplo, o nível está em 34,88%. Já no Sudeste/Centro-Oeste, os reservatórios estão com 43,34% da capacidade.

A assessoria de imprensa do NOS informou que normalmente o chamado “período molhado” tem início em outubro, mas, em 2013, atrasou e começou apenas em dezembro. A reduzida manifestação pluviométrica provoca a redução do nível dos rios e, consequentemente, dos reservatórios das hidrelétricas.

A água acumulada nos reservatórios é responsável por movimentar as turbinas geradoras de energia elétrica da usina. Por conta disso, quanto menos água menor é a geração de energia. De acordo com o ONS, para compensar o baixo nível dos reservatórios, as usinas termelétricas da Região Nordeste, que produzem uma energia mais cara, já estão ligadas.

Com o início das chuvas, os reservatórios devem, aos poucos, se recuperar. As chuvas que atingiram o Sudeste nas últimas semanas, além de ajudar a encher os reservatórios na própria região, têm beneficiado as hidrelétricas do Rio São Francisco, que responde por quase 97% da capacidade instalada no Nordeste, já que a nascente fica em Minas Gerais. No Norte, o nível dos reservatórios está em 48,6% e, no Sul, em 57,56%.

Nesse cenário complexo é preciso analisar algumas condicionantes. A primeira delas é que o sistema brasileiro de transmissão de energia precisa ser urgentemente modernizado, sob pena de em algum momento, no pico de consumo, entrar em colapso. Dirigentes do próprio Operador Nacional do Sistema já admitiram isso. Uma eventual manobra na rede para compensar uma deficiência no fornecimento de energia em determinada região do País pode trazer surpresas desagradáveis. Algo como um apagão elétrico, que a presidente Dilma Rousseff prefere chamar de blecaute, o que dá na mesma.

A segunda questão a ser considerada é que o acionamento das usinas termelétricas no Nordeste aumentará o preço médio de energia no País, o que compromete as contas do governo e mais adiante sacrificará mais uma vez o Tesouro Nacional, que ao final tem de compensar financeiramente as empresas geradoras. Vale destacar que o governo de Dilma Rousseff, em novo rasgo de populismo barato, reduziu a tarifa de energia elétrica, transferindo a conta para o Tesouro. Ou seja, o brasileiro pagará a conta de uma maneira ou outra, já que o dinheiro que alimenta o caixa do Tesouro Nacional é eminentemente público. (Com ABr)