Haddad não sabe como justificar suas trapalhadas e aposta no confronto de classes

fernando_haddad_40Orelhas grandes – A reeleição de Dilma Rousseff não é tratada pela cúpula petista com favas contadas. O que explica o destempero de muitos integrantes do partido, que dedicam aos adversários as mais chulas críticas. Isso aconteceu com o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, e com muitos dos que na rede mundial de computadores questionam a conduta de uma legenda que já mostrou sua aptidão para a delinquência política.

Na estratégia petista de avançar em seu projeto totalitarista de poder, que incluiu tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, o prefeito Fernando Haddad era considerado peça-chave. Acontece que Haddad em apenas doze meses mostrou aos paulistanos que não tem competência para governar a quarta maior cidade do planeta. Muitas foram as trapalhadas do pupilo do lobista Lula, começando pela tentativa de aumentar o IPTU, medida que foi barrada pelo Supremo Tribunal Federal.

Outro enorme equívoco cometido por Fernando Haddad foi a instalação a fórceps de corredores exclusivos de ônibus. Instruído pelo núcleo duro do partido para colocar os críticos em confronto com a população, Haddad discutiu nesta sexta-feira (10) com jornalistas que o questionaram sobre a ampliação da área em que durante a semana prevalece o rodízio de veículos.

Irritado com a pergunta sobre a declaração do secretário municipal de Transportes, o petista Jilmar Tatto, de que o rodízio expandido é uma medida paliativa, o prefeito perdeu o controle e rebateu: “Nós não estamos apostando nessa medida para a solução do trânsito. Fizemos 300 km de faixas exclusivas, lançamos o bilhete único mensal e estamos dando apoio a todos os monotrilhos da cidade”.

Depois de muitos anos à frente do Ministério da Educação, período em que aprendeu como se dá o jogo sujo do seu partido, Haddad afirmou que estão tentando prejudicar a população favorecida pelas faixas exclusivas de ônibus implantadas na cidade.

“Por que estão dizendo que eu estou lançando uma medida paliativa se nós estamos fazendo muito mais? Existe resistência de uma camada da sociedade quanto às faixas exclusivas. Tem gente que quer que o morador de Parelheiros (zona sul) ou de Itaquera (zona leste) continue levando duas horas e meia para chegar no trabalho. Não estamos tomando medidas paliativas, estamos tomando medidas estruturais”, disse.

É importante destacar que nenhum cidadão que massa cinzenta em pleno funcionamento é contra a faixa exclusiva de ônibus, desde que o transporte público exista para valer e seja de qualidade. De nada adianta criar os tais corredores de ônibus se a população continua sendo transportado como gado rumo ao matadouro.

Fernando Haddad precisa reconhecer que fracassou em seu primeiro ano à frente da prefeitura, não sem antes admitir que o caótico trânsito paulistano merece muito mais do que uma lata de tinta branca e uma brocha que sai pela cidade a riscar o asfalto de ruas e avenidas, estrangulando cada vez mais a imensa frota de automóveis que Lula ajudou a aumentar de maneira irresponsável, sem jamais ter se preocupado com o impacto desse movimento nas grandes cidades brasileiras.

Fazer corredor de ônibus não pode ter a mesma mecânica de ma fábrica de empadinhas, pois para solucionar as mazelas do transporte público na mais importante brasileira requer planejamento, começando por estudos de impacto urbano. O que Haddad busca está no campo subjetivo e poucos perceberam de início que a aposta do alcaide, cumprindo ordens do núcleo duro do partido, era colocar a população carente contra os donos de automóveis. Acontece que o tiro saiu pela culatra, pois Lula foi quem forçou os brasileiros a se endividarem na busca do carro novo.

A bobagem está feita, é de grandes proporções e ninguém sabe como consertar o estrago. Em dezembro de 2008, quando o então presidente Luiz Inácio da Silva defendeu o crescimento do consumo como forma de combater os efeitos colaterais da crise internacional, o ucho.info alertou para muitos perigos decorrentes da medida, dentre eles o impacto no sistema viário das grandes cidades do País, mas os palacianos preferiram nos acusar de torcer contra o Brasil. Até porque, para os incompetentes que despencaram no Palácio do Planalto essa estratégia é velha conhecida.