Inflação: governo culpa a gasolina, o mercado de trabalho, o dólar e as passagens aéreas

inflacao_24Piada de salão – Seria um enorme devaneio imaginar que algum integrante do desgoverno da petista Dilma Vana Rousseff assumiria a responsabilidade pela alta da inflação oficial em 2013, que de acordo com dados do IBGE encerrou o ano em 5,91%. Se a marca alcançada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerada alta, é preciso conter o vocabulário para fazer qualquer comentário sobre a inflação real, que há muito gravita na órbita de 20% ao ano. E só não reconhece essa realidade quem não quer.

Nesta sexta-feira (1), autoridades econômicas do governo culparam a alta da gasolina, o câmbio, o mercado de trabalho e as passagens aéreas pela elevação da inflação oficial. Isso porque o IPCA do ano passado ficou acima do índice de 2012 (5,8%). E os magnânimos do governo passaram o segundo semestre inteiro apostando que o IPCA encerraria o ano abaixo de 5,8%. A situação só não foi pior, diga-se de passagem, porque de maneira sorrateira o governo de Dilma Rousseff controlou algumas tarifas, como a de energia, operação cujo custo financeiro está sendo repassado a cada contribuinte, pois é do Tesouro Nacional que sai o dinheiro para compensar as empresas geradoras.

Desde os primeiros meses de 2013 o ucho.info alerta para o descaso do governo do PT em relação ao planejamento, algo necessário inclusive para administrar o mais mequetrefe dos botecos de esquina. Mas o magistral Partido dos Trabalhadores, que governa o Brasil com expertise de uma dona de lupanar, está preocupado apenas com o avanço do seu projeto totalitarista de poder. Não importando a eventual derrocada da economia nacional, que já acontece em doses homeopáticas.

No que tange ao preço da gasolina, os petistas palacianos não souberam analisar as consequências da medida adotada pelo então presidente Lula, que empurrou os brasileiros para as concessionárias de automóveis e entupiu as cidades de todo o País com carros novos. Como se sabe, no Brasil os carros precisam de combustível para ir e voltar. Sem que a Petrobras estivesse preparada para atender a um repentino da demanda interna, a solução foi importar gasolina e vendê-la a preço subsidiado. A estatal petrolífera só não quebrou porque o maior acionista é o governo federal, que em casos extremos aciona a Casa da Moeda. Fosse uma empresa privada, a Petrobras já estaria enfrentando uma situação muito grave.

Em relação ao câmbio, Lula, em 2008, disse que a crise internacional chegaria ao Brasil com a força de uma “marolinha”. O movimento que chacoalhou a economia global alcançou essa louca Terra de Macunaíma e mostrou sua musculatura de tsunami. Diante disso, Lula, o messiânico fanfarrão, disse que a crise era “coisa de loiros de azuis”. Mais uma pérola do besteirol luliano. O tempo passou, as principais economias do planeta começaram a esboçar recuperação e a crise verde-loura transformou-se em um faroeste caboclo.

Sobre o mercado de trabalho, esperava-se que o Partido dos Trabalhadores entendesse minimamente do assunto. Mas não, o PT acreditou na varinha de condão de Lula e criou a falsa ciranda da prosperidade, movida pelo chamado crédito fácil. Os brasileiros, detentores de demandada reprimida de consumo, saíram às compras como loucos, sempre acreditando nas pífias promessas do doutor honoris causa. O detalhe mais perigoso dessa estória é que a mão de obra brasileira é vergonhosamente desqualificada. Na esteira desse movimento surgiu a alta de preços, que funcionou como tônico para a musculatura da inflação, o mais temido fantasma da economia. Muitos temas diretamente ligados ao consumo interno foram deixados de lado, mas esse é um assunto para outra matéria.

No caso das passagens aéreas, foi Lula quem inventou a balela que os mais desvalidos financeiramente também podem viajar de avião. Aliás, não importa a condição sócio-econômica dos cidadãos, todos podem tudo, desde que alcancem seus objetivos por conta própria, não a reboque da sangria do Estado. O que Lula e seus bajuladores não compreenderam foi que companhias aéreas não são instituições de caridade. E que funcionam em busca de lucro, o que se dá mais ou menos no vácuo da teoria da oferta e da procura. Só mesmo irresponsáveis como os palacianos é que poderia acreditar que as companhias de aviação se submeteriam às ordens de um desgoverno que se especializou na delinquência política.

Se os brasileiros estão preocupados com a atual situação da economia, que se preparem porque a blague petista está apenas em seu segundo capítulo. Quando o lanterninha desse teatro macabro anunciar o epílogo do engodo, o Brasil já terá mergulhado na bancarrota. O estrago produzido por Lula e seus quejandos é tamanho, que repará-lo exigirá pelo menos cinco décadas de esforço continuado dos brasileiros de bem. Até lá, haja coração, pois a inflação está em alta e o consumo, em baixa. Ou seja, o tumor cresceu e se instalou na aorta do paciente. E quem tiver coragem que o remova, porque agora a questão não é mais de competência.