Boca fechada – A ordem é do Palácio do Planalto: qualquer fato ocorrido em São Paulo deve ser explorado politicamente e à exaustão. Isso porque Dilma Rousseff afundou economicamente o País, mas insiste em um projeto de reeleição cada vez mais cambaleante. Essa estratégia não apenas beneficia Dilma em sua operação para permanecer no governo central, mas ajuda sobremaneira o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, escolhido pelo PT para que o partido tente mais uma vez tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista.
Há dias, a ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, afirmou que o adolescente Kaique Augusto Batista dos Santos, de 16 anos, encontrado morto na região central de São Paulo, foi “assassinado brutalmente”. As investigações ainda estão em andamento, assim com a perícia criminal, mas a oportunista Maria do Rosário já tem o veredicto. Responsável pelo caso, a Polícia Civil paulista trabalha com a hipótese de suicídio, a partir de mensagens deixadas por Kaique em seu caderno de anotações. Mesmo assim, o PT palaciano já decidiu que foi um crime de homofobia.
Na sequência surgiu o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da república, Gilberto Carvalho, que afirmou que é preciso conviver com os chamados “rolezinhos”, pois em sua opinião o acesso a qualquer shopping center de São Paulo não é privilégio das classes mais abastadas. Carvalho ainda deve explicações sobre o caso Celso Daniel, assassinado de forma brutal e covarde, mas quer levar às urnas de outubro próximo um embate de classes sociais, como se essa fosse a forma mais limpa e democrática de disputar uma eleição.
O PT é adepto do jogo sujo e rasteiro, todos sabem, mas são inaceitáveis críticas sob o prisma da seletividade. O que os petistas palacianos fazem é buscar alvos de interesse do partido e partem para atacar os adversários políticos, em clara ação de delinquência política.
Na última edição do enfadonho Fantástico (20 de Janeiro), o folhetim eletrônico dominical da Vênus Platinada, uma denúncia sobre pedofilia assustou o País. Prefeito de Coari, cidade no interior do Amazonas, Adail Pinheiro (PMDB) é acusado, entre tantos crimes, de liderar uma rede pedofilia. Ainda brigando na Justiça para manter-se no cargo, Pinheiro aliciava meninas menores de idade através das próprias mães das vítimas, sempre em troca de dinheiro. Não bastasse a hediondez dos crimes, Adail Pinheiro usava dinheiro público para custear as barbáries contra meninas indefesas.
Em janeiro de 2013, reportagem do ucho.info denunciou não apenas a forma bandoleira de Adail Pinheiro atuar na política, mas também o seu comportamento criminoso em relação às jovens indefesas da cidade, que obrigatoriamente precisavam ser virgens. Uma barbárie sem precedentes, mas Adail é um protegido político do senador Eduardo Braga (PMDB), ex-governador do Amazonas e líder do governo Dilma no Senado Federal.
Muito estranhamente, até agora a ministra Maria do Rosário não fez qualquer comentário acerca da delinquência sexual de Adail Pinheiro, o que teria ocorrido de pronto se o criminoso fosse um adversário político. A complacência do governo de Dilma Rousseff com pedófilos é algo preocupante. A ainda ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que está de saída da pasta, levou ao Palácio do Planalto um pedófilo acusado de dezenas de crimes sexuais, inclusive estupro de vulneráveis, na condição de assessor especial para programas federais dedicados a menores, sem que a ficha do monstro tivesse sido considerada pelas autoridades responsáveis pela segurança da Presidência da República. Mesmo diante de um descalabro em se transformou a indicação de Eduardo Gaiewski, que coloca em xeque a atuação do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Dilma preferiu o silêncio obsequioso.
Em um dos vértices do imbróglio que gravita na órbita do pedófilo Adail Pinheiro está o ministro José Antônio Dias Toffoli – um petista visceral -, que retirou da pauta de votação do Tribunal Superior Eleitoral um processo que tramita desde 2012 e requer a cassação do registro da candidatura do prefeito de Coari. Enfim, como disse certa feita um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”. Ou os brasileiros reagem, ou o último a sair apaga a luz.