Portuguesa promete denunciar CBF ao Ministério Público por causa de proposta escusa

portuguesa_05Confusão grande – A lama da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) começa a emergir de maneira evidente. Vice-presidente da Associação Portuguesa de Desportos, Orlando Cordeiro de Barros afirmou na tarde desta segunda-feira (20) que o clube apresentará ao Ministério Público um contrato enviado pela CBF condicionando um adiantamento de R$ 4 milhões à desistência de tentar reverter o rebaixamento definido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), órgão cuja respeitabilidade fica aquém de zero.

A denúncia será feita a próxima quarta-feira (22, durante audiência marcada pelo próprio MP por causa do inquérito aberto, em 8 de janeiro, para investigar o rebaixamento da Lusa para a Série B do Campeonato Brasileiro. “O documento será apresentado oficialmente na quarta-feira para a investigação do Ministério Público”, declarou Cordeiro de Barros.

Presidente da Portuguesa, Ilídio Lico confirmou que o contrato foi enviado por Carlos Eugênio Lopes, diretor jurídico da CBF. De acordo com o documento, o clube paulista receberia adiantamento de R$ 4 milhões, referente às cotas de televisão do Campeonato Brasileiro de 2014, mas em troca abriria mão da disputa jurídica na Justiça Comum para permanecer na Série A.

O promotor da Justiça do Consumidor, Ricardo Senise Lisboa, responsável pelo inquérito, afirmou que o contrato, confirmada a sua existência, reforça a iniciativa do Ministério Público. “A existência de um contrato com esse tipo de cláusula reforça o argumento da promotoria”, informou o promotor por meio de sua assessoria de imprensa.

Simultaneamente ao inquérito do MP, o procurador-geral do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, preparou ofício solicitando explicações da CBF sobre o suposto documento, mas manteve a cautela. “Não podemos nos posicionar baseados em hipóteses, mas já solicitei à secretaria do tribunal que fosse enviado um ofício à CBF pedindo que se manifestem sobre o documento”, relatou Schmitt à reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Que no STJD as contendas são resolvidas no chamado “tapetão” todos sabem, mas em qualquer país minimamente sério e respeitador das leis todos os envolvidos no esquema que prejudica a Portuguesa já estariam devidamente presos. Contudo, nessa louca Terra de Macunaíma os integrantes do STJD são tratados como celebridades, quando na verdade essa nebulosa Corte não deveria sequer existir.