Depois de breve pausa nas profecias fracassadas, Mantega retoma na Suíça suas previsões ufanistas

(Associated Press)
(Associated Press)
Bola de cristal – Ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega tem colecionado equívocos na condução da economia brasileira, mas retomou o seu falso messianismo e disparou profecias. Nesta quinta-feira (23), em Davos, na Suíça, Mantega afirmou que os Brics – grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – continuará liderando o crescimento da economia mundial.

Participando do Fórum Econômico Mundial, o petista disse que para que isso aconteça é preciso promover mudanças na expansão econômica desses cinco países. Isso significa que se depender do Brasil que vive uma crescente e preocupante crise por causa de um governo paralisado e de incompetentes, a economia mundial deverá andar de lado.

Questionado sobre a “crise da meia-idade”, o ministro negou que isso exista. “Não acredito que haja crise de meia-idade dos Brics. Diante da crise mundial, houve redução do volume de comércio, de demanda internacional. A economia mundial, os países avançados estão em vias de recuperação, ainda gradual, inicial. E, portanto, com essa recuperação, nós teremos uma reativação do comércio. O comércio [global] crescia a um volume de 6% a 7% ao ano. Daqui para frente, voltará a crescer 4% a 5%. Os Brics continuarão liderando o crescimento da economia mundial. Mas, para, isso, precisam fazer mudanças nos seus modelos de crescimento”.

Dilma Rousseff, Mantega e seus camaradas estão perdendo a guerra contra a inflação, mas o PT não perde a mania de caminhar sobre o salto alto, mesmo que para isso seja necessário encenar.

Apostando na retomada do crescimento da economia brasileira, como aconteceu em anos anteriores, apesar de todos os fiascos, Guido Mantega destacou as privatizações feitas nos Brasil, que por questões ideológicas os petistas preferem chamar de concessões. Entre os setores que rechearam o discurso do ministro estão os aeroportos, rodovias e portos. O País há muito está paralisado pelo colapso da infraestrutura, mas o governo só conseguiu enxergar a necessidade de alguma medida no último minuto do segundo tempo da prorrogação.

O mais interessante nessa ópera bufa encenada é que o governo petista de Dilma Rousseff tem uma enorme dificuldade de investir o dinheiro que arranca diuturnamente do bolso dos brasileiros, mas mesmo assim Guido Mantega insiste em desfilar pelos corredores de Davos como se fosse um dos integrantes da família de Aladim, o gênio da lâmpada maravilhosa. O ministro da Fazenda deveria se preocupar com a crise brasileira, que continua dando sinais cada vez mais claros de sua resistência. A situação brasileira é tão preocupante, que a inflação continua desafiando os responsáveis pela economia, apesar de o consumo ter encolhido e de boa parte da população ganhar muito pouco.

O estrago promovido pelo PT nos últimos dez anos é tamanho, que recuperar o País, devolvendo o status econômico anterior, exigirá esforços contínuos durante cinco décadas. O cenário deve piorar sobremaneira porque a economia norte-americana vem registrando seguidos sinais de recuperação, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos começam a reduzir os estímulos internos.