Parafusos soltos – Na pequena e charmosa cidade de Davos, na Suíça, aconteceu exatamente o que esperavam aqueles que conhecem a realidade brasileira. Diante da elite do empresariado global, a presidente Dilma Vana Rousseff, sempre arrogante, faltou com a verdade ao falar sobre a necessidade do Brasil de ter cada vez mais investimentos privados. Para quem, em passado não tão distante, defendia a estatização como bandeira ideológica, Dilma surpreendeu em sua primeira estreia no Fórum Econômico Mundial. Mas que os donos do capital não se deixem levar pelas palavras presidenciais, pois o governo totalitarista do Partido dos Trabalhadores adotou o hábito de decidir quanto os investidores podem lucrar.
Em discurso de trinta minutos e que recebeu um punhado de retoques da assessoria palaciana horas antes de ser lido durante o evento, Dilma enfatizou que o País está aberto ao investimento privado, tendo como base o projeto de crescimento e da melhoria da infraestrutura. “O Brasil mais que precisa e mais que quer uma parceria com o investimento privado”, disse a presidente.
Dilma mencionou o recente programa de concessões de rodovias, que é o mesmo que privatização, como os leilões de aeroportos, em 2013. A presidente destacou que em 2014 será realizado o primeiro leilão de ferrovia no País.
“Temos respeito aos contratos e compromisso com o ambiente para atrair investimentos”, afirmou. “Sempre recebemos bem o investimento externo e adotamos medida para melhorar mais”.
Dilma afirmou, em seu discurso, que o Brasil vive um cenário de estabilidade econômica e inflação sob controle. “A inflação está dentro do regime de metas e buscamos convergência ao centro com determinação”, afirmou. Só mesmo um irresponsável é capaz de acreditar nessa lufada de mentiras, pois a realidade cotidiana do País é literalmente oposta. E não se trata de análise dos oposicionistas, mas de uma fiel constatação a partir de números do próprio desgoverno petista.
Ao contrário do que afirmou a presidente, a inflação oficial há muito que não se aproxima da meta estabelecida pelo próprio governo, que é de 4,5% ao ano. Se levada em consideração a inflação real (20%), aquela que os brasileiros enfrentam até mesmo durante o sono, a extensão da mentira palaciana aumenta sobremaneira. Uma das razões da resistência da inflação é a inoperância de um governo recheado de incompetentes, indicados para os respectivos cargos por motivos políticos ou ideológicos, jamais por mérito.
A inflação preocupa de tal forma as autoridades, que o Banco Central, na ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária, deixou claro que novos aumentos da taxa básica de juro (Selic) devem surgir pela frente. Como se fosse pouco, a cotação da moeda norte-americana no Brasil está em curva de alta, o que dificulta o combate ao mais temido fantasma da economia.
Em relação à estabilidade econômica, trata-se de mais um devaneio da presidente Dilma. Nove entre dez brasileiros sabem da realidade do País. Basta conversar com qualquer empresário sobre a expectativa em relação ao futuro. O desânimo é geral e piora quando entra em cena a incapacidade do País de gerar novos postos de trabalho. Desde a crise internacional de 2008, o Brasil vem se equilibrando por conta do consumismo embalado pelo crédito fácil. O que coloca a economia à beira do precipício, emoldurado por terreno que é palco de abalos sísmicos.
Ademais, um país cujo Produto Interno Bruto (PIB) depende em 36% da arrecadação tributária, sem que a devida contrapartida seja dada aos contribuintes, nem mesmo em sonho pode estar vivendo uma estabilidade econômica. Dilma precisa repensar seus discursos, antes que seja transformada em ode à mitomania.
Os petistas conseguiram a proeza de arruinar a economia brasileira em apenas uma década, mas agora, por conta do projeto de poder, querem desfilar diante do capital estrangeiro como herdeiros diretos de Aladim, o gênio da lâmpada maravilhosa. Mentir pode fazer bem ao ego da presidente, mas no Brasil é cada vez menor o número de pessoas que acreditam nas profecias palacianas, sempre ancoradas em campanha publicitárias recheadas de efeitos especiais e mentiras de sobra.