Dilma exige que ministros mintam sobre parada em Lisboa e fragiliza o comando do governo

luiz_albertofigueiredo_01Sem solução – A veneração dos integrantes do governo de Dilma Vana Rousseff pela mitomania é algo descomunal. Não bastassem as muitas mentiras oficiais que foram disparadas na tentativa de justificar a parada da comitiva presidencial em Lisboa, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, mentiu, em Havana, ao tentar explicar o imbróglio, que culminou com um regabofe no caro restaurante Eleven, um dos mais badalados de Portugal.

Figueiredo disse que a decisão de fazer uma parada técnica em Lisboa, para abastecer as duas aeronaves presidenciais que foram a Davos, foi tomada na manhã do último sábado (25), mas o governo de Portugal desmentiu o embaixador brasileiro. De acordo com autoridades portuguesas, o staff de Dilma Rousseff, que solicitou que a parada supostamente técnica fosse tratada como segredo de Estado, conformou a escala na última quinta-feira (23). Situação que desmente o mitômano diplomata verde-louro.

Na capital cubana, onde acompanhou Dilma no evento de inauguração do Porto de Mariel, Luiz Alberto Figueiredo disse que cada integrante da comitiva pagou do próprio bolso o jantar no restaurante Eleven, que à saída serviu de moldura para uma cena degradante: autoridades brasileiras deixando o local com garrafas de vinho nas mãos.

A declaração de Figueiredo sobre o jantar no caro restaurante português não tem qualquer inverdade, pois cada servidor a serviço do governo recebe uma diária para bancar suas despesas. Acontece que o Brasil passa por uma grave crise econômica e a comitiva presidencial acabara de deixar a cidade suíça de Davos, onde Dilma Rousseff arriscou passar o chapéu diante de empresários desconfiados. Fora isso, as tais diárias são custeadas com o suado dinheiro do contribuinte brasileiro, que não concorda com essa gastança absurda.

Não se trata de querer que os servidores e integrantes do governo tirem do próprio bolso dinheiro para custear despesas quando estão a serviço da nação, mas é preciso compreender que é no mínimo amoral entregar-se ao cardápio do mais requintado restaurante de Lisboa.

Muito pior do que a conta do restaurante, que não deve ter sido pequena, foi a sequência de mentiras encomendadas pela própria presidente, que com a medida imaginou escapar das garras da imprensa brasileira. No momento em que um governante ordena aos seus subordinados que mintam de forma deslavada à opinião pública, por certo o governo já perdeu as últimas nesgas de credibilidade.

Para complicar ainda mais uma situação que já é extremamente ruim, Dilma Rousseff não mais terá como cobrar os assessor que ela própria incentivou a mentir. A cena mais pífia das mentirosas explicações do ministro das Relações Exteriores ficou por conta da ministra da Secretaria de Comunicação da Presidência, jornalista Helena Chagas, que ao lado do colega de governo se portou como um misto de papagaio de pirata e vaca de presépio. Repetia e concordava com tudo que dizia Figueiredo. Por essas e por outras é que o Palácio do Planalto transformou-se em sede de um desgoverno.