Olho da rua – Quando Geraldo Alckmin descobrir que para governar um estado da pujança de São Paulo é preciso pulso firme, principalmente porque os petistas armam uma operação milionária para tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes, poderá ser tarde demais. Assim como o PSDB faz com o PT na esfera federal, aproveitando qualquer escorregão petista para fazer um carnaval discursivo, o PT está à espera de um erro do governo paulista para colocar a boca no trombone.
Na primeira semana se atividades escolares, alunos da rede estadual de São Paulo estão sem aula por falta de professores. A razão é que muitos professores temporários ainda não voltaram às escolas por causa de um período obrigatório de quarentena. Por causa da realização da indesejável Copa do Mundo, o início das aulas foi antecipado, como forma de compensar a paralisação das escolas nos dias em que a seleção brasileira entrar em campo, escolas em todo o estado de São Paulo enfrentam problemas com a ausência de professores.
Em 2013, a rede estadual de ensino contava com 49 mil professores temporários, da categoria “O”, contingente que representa 21% do total de docentes em todo o estado. A Secretaria Estadual da Educação não informou o número de professores que ainda não puderam voltar por causa da quarentena, o que tem prejudicado as aulas.
Questionada, a Secretaria de Educação se limitou a informar que o problema estará solucionado na próxima semana, alegando que tudo foi gerado por um erro da própria pasta. Fosse o governador Geraldo Alckmin um político corajoso, já teria demitido o secretário da Educação, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, e toda a sua equipe, pois é inadmissível que um “erro” decorrente da falta de planejamento deixe milhares de alunos sem aula.
Não bastasse a pífia qualidade do ensino público brasileiro, os cidadãos, pagadores de impostos e cumpridores dos seus deveres, têm de conviver com incompetência de agentes públicos, como se uma desculpa esfarrapada qualquer suficiente para minimizar um erro inadmissível. Se legislação trabalhista vigente exige que a contratação de professores temporários seja intercalada por um período de quarentena, que o governo de São Paulo se organize para que erros dessa natureza não ocorram. É no mínimo irresponsabilidade permitir que alunos fiquem sem aula por causa de falta de planejamento.