Dilma diz que jornalistas não sabem fazer contas, mas pernoite em Lisboa custou 37 salários mínimos

dilma_rousseff_381Calculadora na mão – Quando um político se agarra à tese de que a melhor defesa é o ataque, esteja certo, caro leitor, de que há algo de muito errado por trás do destempero comportamental. Conhecida por sua diplomacia que faz inveja ao mais violento dos boxeadores, a presidente Dilma Rousseff é useira e vezeira do ataque como forma de se defender.

Quando o Brasil enfrentou um apagão elétrico, Dilma, ainda ministra da Casa Civil, se desentendeu com uma jornalista e disse de forma ríspida que o País enfrentara um blecaute. Acontece que apagão e blecaute são palavras sinônimas, mas a presidente prefere acreditar que são diferentes, até porque a incompetência reinante no PT exige essa postura ignara.

Há dias, em Havana, depois de balbuciar falácias e Davos, na Suíça, e fazer um pit stop elegante em Portugal, Dilma se desentendeu com os repórteres que perguntaram sobre a parada da comitiva presidencial em Lisboa.

Durante entrevista coletiva na capital dos cubanos, um jornalista fez a seguinte pergunta à sempre carrancuda Dilma: “A senhora está engasgada com as notícias sobre a sua estada em Lisboa?”. A presidente acionou sua conhecida histeria comportamental e respondeu: “Eu acho fantástico. Vou te falar o que eu acho fantástico. Eu fui pra Zurique, e pra Davos. E tinha uma estrutura em Zurique e Davos. E não comparem o gasto em Zurique, ou na Suíça, com o gasto em Portugal. Não vamos comparar. Agora interessante que foram procurar meu gasto lá em Portugal, e não em Zurique.”

Irritada com as perguntas acerca da escala em Lisboa, Dilma disse com rispidez que os jornalistas não sabem fazer contas. Isso porque a imprensa verde-loura noticiou que a petista e seu entourage passaram o final de semana na capital portuguesa. A presidente rebateu as notícias dizendo que chegou a Lisboa na tarde do sábado, 25 de janeiro, e rumou para Cuba na manhã do último domingo (26).

Se Dilma tentou camuflar sua amoral estada em Portugal com esse discurso pouco convincente, imaginando que todos os jornalistas brasileiros se amedrontam com voz grossa e destempero comportamental, o ucho.info não se deixa intimidar e mostra nesta matéria que aritmética é também o nosso forte. A suíte presidencial onde ficou hospedada a petista custou aos contribuintes brasileiros a bagatela de R$ 27 mil. Sem contar as outras dezenas de quartos e suítes ocupados pela comitiva presidencial em Lisboa.

Para que os brasileiros percebam a extensão do descalabro que foi a parada técnica na capital portuguesa, o custo da suíte utilizada por Dilma equivale a pouco mais de 37 salários mínimos. Isso significa que um trabalhador comum precisa trabalhar três anos e um mês para passar uma noite na suíte presidencial do hotel Ritz, em Lisboa. O desvario é ainda maior quando tomamos como referência o aumento concedido pelo governo do PT ao salário mínimo. Como a mais rasa remuneração laboral permitida no País saltou de R$ 678 para R$ 724 – diferença de R$ 46 –, a estada de Dilma no luxuoso hotel lisboeta custou 587 vezes o aumento do salário mínimo.

Resumindo, a presidente e seus obedientes asseclas regurgitam inverdades em Davos, mas querem posar de gênios alegando que o governo do PT reduziu substancialmente as disparidades sociais no Brasil. Dilma pode engrossar a voz com quem quiser, mas não será aqui no ucho.info que esse vozerio terá eco. Ou será que a presidente já atropelou sua preferência pelo ruído da democracia? Afinal, a companheira Gleisi Hoffmann, que em poucas será ex-ministra da Casa Civil, tem se mostrado adepta confessa da censura.