É preciso pulso – A tentativa de assalto – ou de sequestro – de que foi vítima Thomaz Alckmin, filho do governador Geraldo Alckmin, na noite de domingo (2), mostra o grau de insegurança que tomou conta da maior cidade brasileira. Thomaz estava com a filha e dirigia o próprio carro quando criminosos desceram de outro veículo e com armas em punho. A escolta do filho do governador agiu rapidamente atirando contra os marginais, que conseguiram fugir. Thomaz Alckmin e a filha de nove anos foram retirados do local com segurança, mas ambos estão traumatizados.
O episódio é mais um na capital paulista, cujos moradores tornaram-se reféns do medo. Marginais agem deliberadamente, como se o Brasil não tivesse leis para punir crimes. A sensação de impunidade que grassa no País incentiva a ação deliberada dos delinquentes.
O susto porque passaram o filho e a neta de Geraldo Alckmin deve ser vir de alerta para uma ação mais dura do governo contra os marginais, que há muito transformaram a cidade de São Paulo em paraíso do crime. Os jornalistas que insistem em usar números estatísticos para defender a ação do governo paulista contra o crime há muito já deveria ter deixado essa postura duvidosa, pois pesquisa da Secretaria de Segurança Pública não consola uma família que é destrocada pela ação dos bandidos.
O governador Geraldo Alckmin é useiro e vezeiro de justificar a onda de violência com estatísticas, mas esse tipo de comportamento não convence. É preciso adotar o padrão de tolerância zero e endurecer o tratamento dispensado aos bandidos que dominam as facções criminosas a partir dos presídios, de onde disparam ordens para o cometimento de crimes.
Há nas delegacias de polícia e nas unidades da Polícia Militar dezenas de viaturas paradas por falta de manutenção, mas simultaneamente consumidas pela ação do tempo. Não é preciso circular muito por São Paulo para encontrar uma viatura policial danificada, que deveria estar sendo usado no combate ao crime.
Por outro lado, Geraldo Alckmin precisa compreender que poucas são as pessoas que têm condições financeiras para contratar um serviço de escolta. O cargo de governador, assim como de outras tantas autoridades, prevê esse tipo de regalia, inclusive para os familiares, mas não se pode esquecer que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, de acordo com a Constituição Federal. Normalmente, os familiares do governador são acompanhados por até quatro carros com dois policiais cada um, todos armados até os dentes.
É preciso que o governador paulista deixe de lado o comportamento sacristão e cobre da presidente Dilma Rousseff o combate eficaz do tráfico de drogas nas fronteiras brasileiras. O Palácio do Planalto não toma providências porque qualquer ação nesse sentido comprometeria a fonte de financiamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que integra o malfadado Foro de São Paulo, e a vizinha Bolívia, cujo presidente, Evo Morales, tornou-se refém dos produtores de cocaína e dos traficantes, grupos que pressionam para que o cocalero modifique a Constituição do país para garantir reeleições indefinidas. A ação do tráfico é tamanha, que as duas principais facções criminosas brasileiras já atuam de forma deliberada na Bolívia.