Pouco dinheiro – O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela deixou uma herança de cerca de 46 milhões de rands (o equivalente a cerca de R$ 10 milhões) a membros de sua família, ao partido governante (Congresso Nacional Africano, ou ANC na sigla em inglês), a colaboradores e a várias universidades e escolas, segundo a leitura do seu testamento, feita nesta segunda-feira (3) em Johanesburgo.
O vice-presidente da Corte Suprema, Dikgang Moseneke, disse a jornalistas que a divisão do patrimônio foi aceita pela família de Mandela sem que houvesse controvérsias. Havia o temor de que os parentes iniciassem uma disputa pela herança do líder sul-africano.
O patrimônio inclui uma casa luxuosa em Johanesburgo, uma casa modesta em Mthatha, cidade da província de Cabo Oriental, e direitos autorais de livros, incluindo a autobiografia “Longa caminhada até a liberdade”.
Advogados disseram que a viúva, a moçambicana Graça Machel, terá direito a metade dos bens, mas pode optar por receber apenas ativos específicos, incluindo quatro propriedades em Moçambique.
Os direitos dos seus livros e outros projetos, assim como as residências em Johanesburgo, Mthatha e na aldeia de Qunu, onde Mandela passou a infância, ficarão para membros de confiança da família.
Ele deixou também cerca de R$ 210 mil para o Instituto Mandela, pertencente à Universidade de Witwatersrand, onde estudou Direito, e à Escola de Direito Nelson Mandela, da Universidade Fort Hare, e a mesma quantia para três outras escolas.
O ANC, partido que Mandela levou à vitória nas primeiras eleições democráticas em 1994, receberá uma parte dos seus direitos de autor.
Mandela morreu em 5 de dezembro em Johanesburgo, aos 95 anos. Por causa de sua luta contra o sistema racista apartheid, ele passou 27 anos na prisão. Ganhador do Nobel da Paz, Madiba, como era conhecido Nelson Mandela, liderou a África do Sul rumo à democracia e à reconciliação. Em 1994, tornou-se o primeiro presidente negro do país. (Com agências internacionais)