Dois pesos – Tendo mostrado ao longo da última década uma inconteste vocação para a delinquência política, o PT ainda não digeriu o julgamento do caso do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional e que mandou para a prisão alguns integrantes da cúpula do partido. Focado no objetivo de avançar no projeto totalitarista de poder que estreou com Lula, o PT tenta de todas as maneiras denegrir a imagem do presidente do Supremo Tribunal Federal ministro Joaquim Barbosa, que também é o relator da Ação Penal 470.
No final de semana, uma foto de Barbosa ao lado de um ex-foragido da Justiça brasileira foi amplamente divulgada por sítios eletrônicos ligados ao PT, que questionaram a ligação do magistrado com Antonio Mahfuz, dono de uma rede de lojas de eletrodomésticos no Brasil que faliu nos anos 90. Devido à decretação de prisão em processos decorrentes da quebra da empresa, Mahfuz foi considerado foragido até 2007, quando obteve um habeas corpus no próprio Supremo.
Em novembro de 2013, Antonio Mahfuz publicou em seu perfil no Facebook uma foto com o presidente do STF, supostamente em um restaurante de Miami, a mais brasileiras das cidades dos Estados Unidos. Como legenda Mahfuz escreveu “renasce a esperança com o justiceiro”.
É importante destacar que Joaquim Barbosa representa para muitos brasileiros a derradeira trincheira para enfrentar os desmandos do Partido dos Trabalhadores, que com a chegada de Lula ao poder central instalou no País uma “cleptocracia”. Por conta da sua popularidade, Barbosa é requisitado para fotografias em todos os locais públicos a que comparece, o que não significa que o magistrado tem alguma ligação com os protagonistas da tietagem. Da mesma forma que é impossível para qualquer juiz ter na memória a fisionomia de todos os julgados e condenados no Brasil, situação que torna-se ainda mais difícil se considerado o fato de que o caso de Mahfuz ocorreu há maios de vinte anos.
Olho do furacão
Se para os petistas uma foto significa obrigatoriamente algum tipo de relação entre os que aparecem na imagem, seria de bom alvitre que a “companheirada” acione a isonomia para explicar algumas fotografias em que aparecem ilustres (sic) integrantes da legenda. O primeiro caso envolve o terrorista Cesare Battisti, membro do grupo “Proletários Armados pelo Comunismo” foi que condenado à prisão perpétua na Itália pela autoria de quatro homicídios, além de outros crimes. Refugiado no Brasil, Battisti teve sua extradição recomendada pelo Supremo Tribunal Federal, mas o então presidente Luiz Inácio da Silva decidiu dar guarida ao terrorista italiano. Semanas depois da decisão presidencial, Cesare Battisti foi recebido com pompa e circunstância no Palácio Piratini, sede do Executivo gaúcho, pelo governador Tarso Genro (PT), o peremptório.
A segunda foto que os petistas deveriam questionar nos sites amestrados que defender o partido é a que traz a ex-ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) ao lado do pedófilo Eduardo Gaievski, que encontra-se preso na penitenciária de Francisco Beltrão sob a acusação de ter cometido quarenta crimes sexuais, dentre os quais quase vinte estupros de vulneráveis (menores de 14 anos). Gleisi não apenas sabia que Gaievski estava sob investigação do Ministério Público do Paraná, como o levou para Brasília na condição de assessor especial da Casa Civil, responsável por cuidar das políticas do governo federal dedicadas a menores e adolescentes.
Tarso Genro com certeza sabe quem é Cesare Battisti, mas mesmo assim usou o dinheiro do contribuinte gaúcho para recepcionar o terrorista italiano. Isso só aconteceu não apenas porque Battisti é um comunista de carteirinha, mas pelo fato de a esquerda internacional ter pressionado o governo brasileiro a dar guarida ao marginal que cometeu vários crimes na Itália e transformá-lo momentaneamente em celebridade, como forma de evitar qualquer tipo operação que pudesse culminar com sua morte.
A situação de Gleisi Hoffmann é um pouco pior, pois a ex-ministra escolhera o pedófilo para coordenar sua campanha ao governo do Paraná, projeto que foi interrompido com a prisão do delinquente sexual. O fato mais grave em relação a Gaievski é que qualquer indicado para cargos de confiança no governo federal, principalmente com assento no Palácio do Planalto, passa pelo crivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). O GSI e ABIN por certo alertaram as autoridades palacianas sobre a situação de Eduardo Gaievski, mas alguém resolveu ignorar a recomendação e bancar a indicação.
Não bastasse, Eduardo Gaievski foi fotografado ao lado da presidente Dilma Rousseff, do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo da Silva (casado com Gleisi), do deputado cassado e agora presidiário José Dirceu e do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), filho do chefe dos mensaleiros.
Resumindo, se o ministro Joaquim Barbosa, que deveria ter mais cuidado, pode ser questionado pela camarilha petista por conta de uma foto ao lado de um processado, que Tarso Genro e Gleisi Hoffmann sejam elevados à alça da mesma mira. Ou seja, como diz a sabedoria popular, o pau que bate em Chico bate em Francisco.