Olho da rua – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) defendeu, nesta terça-feira (4), a cassação imediata do mandato de João Paulo Cunha (PT), cuja prisão foi decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Condenado no processo do Mensalão do PT, o parlamentar petista insiste em permanecer na Câmara, mesmo tendo de cumprir pena, o que causaria novo constrangimento à Casa legislativa. O primeiro foi com Natan Donadon (RO), o único deputado-presidiário do planeta. “Ele está querendo ser deputado presidiário e isso a Câmara não pode admitir”, alertou Bueno, que levou o assunto para a reunião de líderes.
Para o líder do PPS, após a decretação da prisão do petista, a Mesa Diretora da Câmara deve simplesmente decretar, de ofício, a perda do mandato. “Foi essa a decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mensalão. Seguir outro entendimento é caminhar em direção à desmoralização. A condenação representa perda automática dos direitos políticos e o plenário da Câmara não pode reverter isso”, avalia o deputado.
Outra opção, cogita o deputado, é a suspensão do mandato de João Paulo enquanto a Câmara não define um entendimento sobre a cassação. “O PPS sempre defendeu que em caso de condenação criminal e decretação de prisão, a perda de mandato deveria ser decretada, de ofício, pela Mesa da Câmara”, ressaltou o líder do PPS.
Mais uma vez o Brasil terá de assistir uma ópera bufa levada à cena pela troupe petista, que a mando da direção do partido insiste em contrariar as decisões do Supremo Tribunal Federal no âmbito da Ação Penal 470, que teve no cardápio um escândalo de corrupção sem precedentes em termos de ousadia, além das muitas transgressões cometidas na seara financeira.
João Paulo Cunha é dono de vaidade extrema e dificilmente cederá à lógica, renunciando ao mandato parlamentar, o que facilitaria sobremaneira o andamento dos trabalhos legislativos na Câmara dos Deputados. A decisão petista de resistir ao máximo aos desdobramentos do julgamento do caso do Mensalão é fruto de uma estratégia que deve ser levada às urnas de outubro próximo, como forma de sensibilizar os eleitores com a tese absurda de que todos os mensaleiros são inocentes e presos políticos.