Piada de salão – Muitos políticos, de norte a sul do País, têm se irritado nos últimos meses com uma pergunta que não quer calar: “O que será na Copa?”. Por mais repetitiva que seja, a pergunta é cada vez mais pertinente. Isso porque o Brasil continua sem ter condições de abrigar um evento da magnitude da Copa do Mundo, mas o ufanismo de Luiz Inácio da Silva impôs à população não apenas uma conta bilionária, mas o risco crescente de um vexame. Sem contar o legado negativo que a copa deixará à nação.
Quando a FIFA ainda não tinha decidido o local onde funcionaria a sede provisória da entidade durante o evento futebolístico, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), ao lado de dirigentes da entidade máxima do futebol planetário, aponto na direção da Baia da Guanabara e disse: “Chinelada na paulistada. É humilhante… Mostro a vista e mostro um negócio desses. Vai levar o que pra São Paulo?”.
Dono de incompetência incomum, Eduardo Paes é um fanfarrão conhecido, mas não tem coragem de apontar o dedo na direção de seu companheiro de partido, o governador Sérgio Cabral Filho, que faz uma administração pífia à frente de um dos mais importantes estados da federação. O Rio de Janeiro está cada vez mais nas mãos do crime organizado, mas as autoridades locais insistem em maquiar a realidade.
Querer esconder a verdade dos fatos é prática comum no mundo político, mas o Rio tem frequentado diariamente o noticiário por conta da ação dos bandidos, enquanto Cabral Filho se esconde na trincheira das estatísticas, a exemplo do que fazem muitos governadores. Uma das bandeiras do governo de Cabral foi a criação da Unidade de Polícia Pacificadora, mas a audácia da bandidagem está derrotando a suposta eficácia do projeto. Os marginais sequer respeitam os policiais e disparam suas armas de fogo na direção das bases da UPP.
Nesta terça-feira (4), uma operação da Polícia Militar (PM) no Morro do Juramento, subúrbio do Rio, acabou em tiroteio e deixou seis mortos e três pessoas feridas, entre elas dois policiais. De acordo com informações da própria PM, os policiais procuravam os traficantes envolvidos no ataque à base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da PM no Parque Proletário, na bairro da Penha, no último domingo (2), quando a policial Alda Rafael Castilho foi morta a tiros.
Horas antes, no final da noite de segunda-feira (3), uma quadrilha com pelo menos dez assaltantes fez um arrastão dentro em hospital particular localizado em Cascadura, subúrbio do Rio. Os criminosos roubaram dinheiro e pertences de médicos, funcionários e pacientes. A polícia foi chamada, mas chegou ao local depois da fuga dos bandidos.
Sérgio Cabral Filho é um covarde e “bon vivant”, que torra o dinheiro público com o uso do helicóptero oficial para transportar a família até a sua luxuosa casa de veraneio em Mangaratiba, cidade litorânea a 85 quilômetros da capital fluminense. Em qualquer país minimamente sério e com autoridades responsáveis e corajosas, Sérgio Cabral já estria preso e com os bens indisponíveis.
Sendo assim, diante do caos que só cresce no Rio de Janeiro, não custa repetir a teimosa pergunta: “O que será na Copa?”.