Sol quadrado – Presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa deve decretar nas próximas horas a prisão do deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), condenado na Ação Penal 470. Por seu envolvimento no Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história do País, o petista foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
O mandado de prisão do mensaleiro, que recebeu R$ 50 mil do criminoso esquema financeiro de Marcos Valério e apresentou desculpas esfarrapadas para justificar a transgressão, já deveria ter sido assinado, mas Barbosa saiu de férias e seus substitutos interinos na presidência da Corte – Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ricardo Lewandowski – não se sentiram à vontade para fazê-lo. O Judiciário retomou os trabalhos na segunda-feira (3), mas o presidente do STF participou da abertura do ano legislativo no Congresso Nacional e preferiu adiar a assinatura do documento como forma de evitar constrangimentos.
Nas coxias do STF alguns ministram mostraram-se insatisfeitos com a forma como se deram as prisões dos condenados na Ação Penal 470. Possivelmente os magistrados alinhados com o Palácio do Planalto ainda não sabem que a Constituição Federal estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Sendo assim, a prisão de um mensaleiro não pode ser diferente da de um condenado comum e órfão de fama. Na verdade, esses ministros deveriam estar indignados, não é de hoje, com a forma como se dá a prisão de um reles cidadão. Sempre lembrando que corrupção deveria ser considerada crime hediondo.
Por causa dessa postura dúbia de alguns ministros em relação ao resultado da Ação Penal 470 é que petistas continuam a protestar contra o ministro Joaquim Barbosa, questionando sobre a condução do julgamento, que foi exemplar, e as prisões dos marginais do Mensalão do PT, que insistem na tese de que são presos políticos. A mais recente manifestação contra Barbosa e o STF ficou a cargo do deputado federal André Vargas (PT-PR), um político desqualificado e chicaneiro que não reúne condições para estar na vice-presidência da Câmara. Vargas, em evento no Congresso, na segunda-feira, ergueu o braço com o punho cerrado, em clara e reconhecida afronta a Joaquim Barbosa.
O Brasil não precisa de políticos dessa estirpe, que só ajudam a empurrar o país na direção do atraso que sempre marcou a utopia do socialismo criminoso, como o que vem devastando a vizinha e combalida Venezuela, vítima da lufada populista iniciada pelo finado delinquente Hugo Chávez. A degradação da classe política brasileira é tamanha, que o único “grande feito” (sic) de um parlamentar é desafiar o chefe de um Poder constituído da República, como se no País inexistissem leis.
Em relação a João Paulo Cunha, que poderá romper a quarta-feira (5) contemplando o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta, ao lado dos companheiros de bandalheira política, o parlamentar disse que Paulo afirmou que usará todos os recursos possíveis para tentar reverte sua condenação, que para a extensa maioria dos especialistas em Direito Penal é irreversível.