Secretário de Segurança do Rio deveria mostrar coerência e punir delegado ligado a baderneiros

orlando_zaccone_01Dois pesos – No último dia 12 de fevereiro, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, aterrissou no Congresso Nacional, em Brasília, para entregar aos deputados e senadores uma proposta que altera a legislação vigente com o objetivo de aumentar o rigor no combate a atos de violência em manifestações públicas. O projeto de lei tipifica o crime de “associação para a incitação ou prática de desordem”, determina que os protestos devem ser agendados com antecedência e informados às autoridades locais, proíbe o porte de objetos que possam causar lesões durante esses atos e veta o uso de máscara em manifestações.

Essa incursão de Beltrame no parlamento federal se deu no vácuo da trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por objeto explosivo arremessado por manifestantes que integram o grupo de baderneiros de aluguel conhecido como “Black Bloc”.

A legislação vigente no País dispensa novos penduricalhos jurídicos para punir esses delinquentes e seus tutores, que creem ser a violência um eficaz instrumento de transformação social, quando, na verdade, a nação só existe sob o manto da ordem e do desenvolvimento. Se as autoridades, de Norte a Sul do País, aplicarem com o devido rigor os dispositivos legais já existentes, os baderneiros certamente contemplarão o nascer do astro-rei de maneira geometricamente distinta.

Se o objetivo de José Mariano Beltrame é de fato endurecer a postura do Estado em relação aos manifestantes que se valem da violência, que a primeira medida a ser tomada seja a abertura de um processo disciplinar para apurar o envolvimento do delegado Orlando Zaccone D’Elia Filho com a ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho e elo entre os manifestantes e os financiadores dos protestos.

No momento em que um delegado de polícia, que tem o dever de coibir o crime, se junta a desordeiros que se associam para violar a lei, o Estado precisa tomar as devidas providências para que o restante da corporação não seja contaminada por alguém que vive à margem da lei. Orlando Zaccone, assim como qualquer cidadão brasileiro, tem o direito constitucional da livre manifestação do pensamento, mas para tal é preciso deixar o cargo de agente da lei, sob pena de ser duramente processado por apologia ao crime.

Zaccone não apenas se deixou fotografar ao lado de Sininho, cuja imagem foi parar nas redes sociais, como ajudou financeiramente o grupo e participou de evento em que os baderneiros comemoraram o resultado de quebra-quebra realizado na cidade do Rio de Janeiro. Em qualquer país minimamente civilizado e com autoridades responsáveis, Orlando Zaccone já teria sido exonerado a bem do serviço público e estaria atrás das grades. Mas no Brasil…