Gleisi e Requião dão show de incoerência no Senado e criticam pedido de empréstimo do Paraná

requiao_gleisi_01Óleo de peroba – Cobrar coerência da extensa maioria dos políticos brasileiros é a mais hercúlea tarefa que se pode dar a um cidadão, que no auge da sua inocência desconhece os meandros da política verde-loura. Quiçá, é bom lembrar, tal tarefa deva ser classificada como impossível.

No começo da noite desta quarta-feira (19), o plenário do Senado Federal discutiu e votou o projeto de conversão que autoriza o governo do Paraná a contrair empréstimo externo no valor de US$ 60 milhões, montante pequeno se comparado à pujança de uma das mais importantes unidades da federação.

Como o ano é de eleições, pelo menos dois senadores paranaenses ocuparam a tribuna do Senado para acionar suas insanas verborragias, com vistas às disputas de outubro próximo: Gleisi Hoffmann e Roberto Requião.

A grande preocupação dos políticos brasileiros é garantir um novo mandato, não importando os direitos e as necessidades da população, cada vez mais mal representada no Parlamento federal. Fazer da política um palco permanente da politicagem e da disputa constante não mais incomoda aqueles que fazem do mandato uma profissão. O que mostra de maneira clara que o Brasil é um país sem futuro e órfão de esperança.

Reinações de Narizinho

Ex-chefe da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann puxou a fila dos senadores paranaenses na tribuna do Senado e teceu duras críticas ao governador Beto Richa (PSDB), seu adversário na disputa pelo Palácio Iguaçu, sede do Executivo do Paraná. Como se fosse o monumento maior à competência, Gleisi decidiu discorrer sobre os problemas da administração do governador tucano, dando destaque ao endividamento do Estado e ao inchaço da máquina paranaense.

Importante seria que alguém avisasse à senadora petista que muitos estados brasileiros estão endividados porque, entre tantas razões, o governo do embusteiro Luiz Inácio da Silva decidiu reduzir o IPI dos automóveis, um dos capítulos da epopeia burlesca que foi lançada sob a desculpa de enfrentar os efeitos da crise internacional de 2008. Por ocasião do anúncio do então presidente Lula, hoje um bem sucedido lobista de empreiteira, o ucho.info alertou para o fato de que a medida era cortesia com o chapéu alheio, pois impactaria negativamente no Fundo de Participação dos Estados e no Fundo de Participação dos Municípios, uma vez que estados e municípios têm direito a uma parcela do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Como ao PT pouco interessava o planejamento, desde que prevalecesse a fanfarra oficial como instrumento para garantir a popularidade do embusteiro Lula, os palacianos sequer deram atenção ao nosso alerta, até porque são todos magnânimos e geniais. Gleisi Hoffmann deveria se envergonhar de ter integrado um desgoverno que ajudou a arruinar a economia brasileira e colocou estados e municípios em situação de dificuldade financeira.

Em relação ao falado inchaço da máquina estatal do Paraná, a senadora Gleisi deveria requisitar à sua assessoria um levantamento detalhado sobre o aparelhamento de todas as instâncias do governo federal, algo escandaloso que começou com Lula e teve continuidade com Dilma, a gerentona inoperante. Ademais, Gleisi não tem moral para fazer qualquer comentário sobre questões políticos, pois ao deixar a Casa Civil disse que o governo da companheira Dilma é amarrado. Ora, como chefe da Casa Civil a senadora tinha o dever de desamarrar o governo. Se depois de quase três anos no cargo isso não aconteceu, as galhofas sobre sua incompetência são verdadeiras.

Devaneios de Maria Louca

O senador Roberto Requião (PMDB), um constante poço de mágoas, também não poupou críticas ao governador Beto Richa, seu adversário político. Disse Requião, da tribuna do Senado, que votaria contra o projeto que dá ao Paraná o direito de contrair empréstimo no exterior, porque não pode ser conivente com um governo perdulário.

Conhecido por seu destempero comportamental, que potencializa nos bastidores, Requião é a última pessoa do planeta com moral para falar sobre governo perdulário. Nos dois últimos mandatos de governador, Requião mandou os paranaenses às favas e abandonou à beira do caminho o princípio da ética pública. Decidido a transformar o governo do Paraná em ambiente familiar, Roberto Requião não se fez de rogado e empregou mais de duas dúzias de parentes. Da esposa a irmão, passando por sobrinhos e cunhada, todos embarcaram no trem da alegria de Requião.

Maristela Quarenghi, casada com o agora senador, foi nomeada pelo marido como assessora especial e diretora do Museu Oscar Niemeyer, com vencimentos, à época, de R$ 11. 925, 44.
Dois irmãos de Requião, Eduardo e Maurício Requião, foram instalados, respectivamente, na presidência da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina e na chefia da Secretaria da Educação. Maurício recebia salário idêntico ao da então primeira-dama, enquanto Eduardo embolsava R$ 18 mil por mês.

No Palácio das Araucárias aterrissaram os sobrinhos de Requião. João José Arruda Júnior assumiu a superintendência de Relações Comunitárias na Companhia de Habitação do Paraná, com salário mensal de R$ 6 mil.

Paikan Salomon de Mello e Silva foi nomeado assessor na Rádio e TV Educativa (RTVE), que Requião usava para promoção pessoal, segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Foi na RTVE que o então governador criou a “Escolinha de Governo”, programa no qual Requião expunha ao ridículo seus assessores ao dispensar-lhes carraspanas transmitidas ao vivo.

Já Lúcia Requião, irmã do agora senador, dirigiu a Provopar Ação Social. Recebia salário mensal R$ 11.925. Primo de Requião, Heitor Wallace Mello e Silva foi nomeado diretor de investimentos da Sanepar (Saneamento do Paraná), como salário de R$ 18 mil. Maria Quarenghi, a cunhada, recebia R$ 5,4 mil mensais como assessora no Museu Oscar Niemeyer.

Ao longo dos dois últimos mandatos de governador, Requião sangrou os cofres paranaenses em mais de R$ 10 milhões (valor da época) para pagar os salários dos familiares, todos empregados na esteira do nepotismo, mas o senador ousa criticar o pedido de empréstimo feito pelo governo de Beto Richa.

O ucho.info não está a defender o viés perdulário de qualquer governo, mas é preciso doses mínimas de coerência para se fazer críticas. E Gleisi Hoffmann e Roberto Requião são as pessoas menos indicadas para essa tarefa.

Armação ilimitada

Enquanto o senador tucano Alvaro Dias, que reconheceu as dificuldades financeiras do governo do Paraná, ocupava a tribuna para defender o pleito do governo do seu estado, Gleisi Hoffmann e Roberto Requião estavam às gargalhadas no plenário da Casa, como se o Senado da República fosse palco de zombarias. O que mostra que Gleisi e Requião agem de forma chicaneira e combinada.

O Congresso Nacional certamente já viveu dias mais gloriosos, mas os paranaenses precisam redobrar a atenção no momento de escolher o próximo governador do estado, pois Gleisi, além da incompetência, é adepta confessa da censura. Depois de tentar intimidar o editor do ucho.info, apresentou no Senado pedido de voto de censura ao relatório do Federal Reserve (o banco central dos EUA), que no documento listou o Brasil como o segundo país emergente com a economia mais vulnerável.