Ditadura vermelha – Com seis mortes confirmadas, na quarta-feira (19), desde o início dos protestos na última semana, o governo do delinquente bolivariano Nicolás Maduro anunciou que poderá decretar Estado de exceção em algumas regiões da Venezuela, para conter o que “chama de plano de conspiração contra a estabilidade”, como se o país vivesse na estabilidade política e social.
A primeira região a ser alcançada pela eventual medida será Táchira (na Região Andina), onde foram registrados sérios distúrbios, com o uso de barricadas, incêndios e atentados a tiros contra manifestantes.
“Se tenho que decretar estado de exceção especial para Táchira, estou pronto para decretá-lo e mandar os tanques, as tropas, a aviação, mandar toda a força militar da pátria. Estou pronto para fazê-lo. Primeiro, tenho as faculdades constitucionais para fazê-lo, tenho a claridade estratégica e tenho a lei habilitante”, disse Maduro em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão.
A situação também agravou-se na cidade de Valência, capital do estado de Carabobo, onde ocorreram fortes confrontos e os ânimos estavam bastante acirrados na quarta-feira, após a morte da Miss Turismo local, Génesis Carmona, de 22 anos, ferida um dia antes durante protesto.
O calouro em tirania informou que determinou a detenção dos infiltrados nas manifestações, que, de acordo com o presidente venezuelano, são parte do plano para amedrontar e criar medo na classe média e “injetar o ódio no país”.
Maduro destacou que as ações não fazem parte do chavismo. “Aqui não há ninguém enviado nem autorizado [a agir com violência], se alguém tomou essa iniciativa, eu desconheço e chamo para que volte atrás. Vamos respeitar a convivência em paz das pessoas, dos vizinhos. Eu assumo a minha responsabilidade e que vocês assumam a de vocês, chefes da oposição”.
O que Nicolás Maduro não reconhece publicamente, apesar de saber o que se passa nos bastidores do chavismo, é que seu governo tornou-se refém de supostos aliados que tentam tomar o poder. A ação golpista conta com a ajuda de agentes cubanos, que desde os tempos de Hugo Chávez frequentam de forma assídua o Palácio de Miraflores. Com a morte de Chávez e a chegada de Maduro à presidência da Venezuela, a cornucópia bolivariana que alimentava os cofres de Havana perdeu força, o que teria irritado os irmãos ditadores Fidel e Raúl Castro, que à distância comandam a investida contra. O governo de Caracas, por sua vez, atribui a violência aos infiltrados, supostamente ligados a grupos da extrema direita, o que é uma enorme falácia. OS oposicionistas aproveitaram a instabilidade dentro do próprio grupo de apoio a Maduro, que saiu às ruas para provocar o caos e gerar instabilidade.
Entre os opositores e manifestantes há um consenso de que parte da onda violenta é fruto da repressão policial e também da ação de grupos motorizados armados, situação que confirma as notícias veiculadas pelo ucho.info acerca da crise que chacoalha a Venezuela. Em muitos protestos que se espalham pelo país sul-americano, os estudantes denunciam a presença de grupos socialistas, acusados pela oposição de atuarem como paramilitares, com a conivência do governo.
Acontece que essa incursão desses coletivos socialistas decorre da discórdia que tomou conta do núcleo duro do governo de Nicolás Maduro, cuja derrocada está por um fio. Em pronunciamento à nação, Maduro defendeu esses tais “coletivos socialistas”, afirmando que não aceitaria a “demonização desses grupos”, que segundo ele não têm qualquer ligação com os recentes atentados.
“Eu lhes dou garantias de que o que esses coletivos estão fazendo é trabalhar e produzir cultura”, disse. No entanto, o presidente admite o porte de armas entre esses grupos. “No passado, eles se armaram, se organizaram para proteger sua comunidade”, declarou Nicolás Maduro, que revelou a existência de um plano de setores oposicionistas para “assassinar Leopoldo López”, detido desde a última terça-feira (18) e que permanecerá preso por pelo menos mais 45 dias.