Olho da rua – Nesta quinta-feira (6), o PPS protocolará representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República exigindo o imediato afastamento do ministro do Trabalho, Manoel Dias. O líder do partido na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), afirmou que as denúncias e o fato da Polícia Federal solicitar judicialmente uma investigação contra o ministro são suficientes para a sua imediata demissão. Bueno voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff pela “frouxidão” ao insistir na manutenção de Manoel Dias no Ministério do Trabalho, espécie de reduto do PDT no loteamento do governo petista.
Segundo Rubens Bueno, as apurações feitas pela Polícia Federal, conforme revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, apontam fortes indícios da participação do ministro em esquema para empregar militantes do PDT como funcionários fantasmas na ONG ADVale, que mantinha convênios com a pasta.
O parlamentar ressaltou a importância do trabalho judicial e da Polícia Federal em relação ao caso, mas lembrou que o processo, por sua complexidade, pode demorar anos para ser concluído e o mais prudente é afastar imediatamente o ministro do cargo.
Não é a primeira vez que o PDT tem o nome envolvido em denúncias de escândalos no Ministério do Trabalho. Antes de Manoel Dias assumir o cargo, caiu em desgraça o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que deixou a pasta debaixo de um cipoal de acusações de irregularidades.
O mais novo escândalo envolvendo o PDT mostra que o loteamento da Esplanada dos Ministérios foi a forma encontrada pelo Palácio do Planalto para substituir o criminoso Mensalão do PT, o maior e mais ousado caso de corrupção da história nacional, sem perder o apoio da chamada base aliada.
A hesitação da presidente Dilma Rousseff em demitir Manoel Dias explica-se pela necessidade de a petista não apenas manter coesa a sua base de apoio, mas garantir tempo de rádio e televisão à sua campanha pela reeleição. Aos palacianos pouco importa os destinos do País e os muitos escândalos que pululam no Planalto Central, desde que o projeto de reeleição da presidente não seja marcado por contratempos.