Eventual fracasso da Copa tem obrigado o governo Dilma a acionar seus “buldogues” no Congresso

humberto_costa_08Medo oficial – É cada vez maior a preocupação do governo federal em relação ao eventual fracasso da Copa do Mundo, evento que terá arrancado dos cofres públicos, até o final das obras, mais de R$ 30 bilhões, enquanto o Brasil continua aguardando investimentos em setores prioritários, algo que as autoridades parecem não se preocupar.

O temor que ronda o Palácio do Planalto é tão grande, que a presidente Dilma Rousseff escalou mais uma vez o seu “buldogue” no Senado para novamente defender a realização da Copa. Na tarde desta terça-feira (18), o senador Humberto Costa (PE), líder do PT na Casa legislativa.

Em mais um discurso carregado de frases feitas e metáforas desnecessárias, Costa usou termos como “gralhas” e “discursos raivosos” para estocar os críticos da Copa do Mundo, que de acordo com promessa de Lula, em 31 de outubro de 2007, seria a maior e melhor de todos os tempos. Considerando que a fala de Lula não merece crédito algum, o fiasco que está sendo preparado não causará surpresa à massa pensante do País.

“Feita sobre o mundial de futebol, que contraria as gralhas de sempre, aquelas dos discursos raivosos contra o sucesso do Brasil”, afirmou Humberto Costa a bordo de sua verborragia triunfalista. Só mesmo um desavisado é capaz de acreditar que o Brasil é um sucesso. Esse discurso mitômano e embusteiro serve apenas para enganar a opinião pública, pois o PT teme que o descontentamento da população com o governo de Dilma Rousseff reverbere nas urnas de outubro próximo.

Não contente com as sandices que abriram o seu discurso, Costa avançou: “Os dados mostram que 71,5% das pessoas de Recife são favoráveis ao fato de a Copa ser sediada no Brasil. Outros 73,3% disseram que pretendem assistir aos jogos, e 78,7% acreditam que o Brasil será hexacampeão jogando em casa. Mais ainda, 66,2% dos entrevistados afirmaram que reprovam a realização de manifestações no período dos jogos numa demonstração insofismável de apoio ao campeonato mundial”.

Repetindo o que vem fazendo nos últimos dias, Humberto Costa ocupou a tribuna do Senado para tentar convencer a opinião pública de que a Copa será um sucesso e que tem a aprovação da extensa maioria da população brasileira. Uma inverdade descomunal, pois é inimaginável que um povo tão carente e espoliado em seus direitos aceite que verdadeira fortuna seja despejada na construção de dinheiro público, enquanto os direitos cidadãos garantidos pela Constituição são precários por conta da inoperância do Estado.

O senador pernambucano pode dizer o que bem quiser, mesmo que a mando dos palacianos e dos marqueteiros de Dilma, mas nos bastidores do poder o sentimento é outro. Assíduos frequentadores do cenário político nacional têm confidenciado ao ucho.info nos últimos dias que acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto em relação à Copa. O temor é tão evidente, que integrantes do staff presidencial se irritam facilmente diante de críticas ao evento.

Muitos dos estádios que receberão jogos da Copa registram escandalosos atrasos no cronograma de obras, algumas das quais serão finalizadas somente depois da realização do evento futebolístico, em 13 de julho. É o caso da Arena Corinthians, que será entregue à FIFA no próximo mês de abril, depois de adiamentos, mas com diversos detalhes do projeto inacabados. No Itaquerão, como é conhecida a arena alvinegra, e na Arena da Baixada, em Curitiba, especialistas preveem que telefones celulares podem não funcionar em ambos os estádios. O que certamente provocará um inenarrável caos. Isso porque o contrato para a instalação de antenas nas duas arenas foi assinado comente na segunda-feira (17).

Assim como o caso das antenas de celulares, outras obras estão vergonhosamente atrasadas, começando pelas de mobilidade urbana. A preocupação é que no entorno dos estádios os congestionamentos sejam enormes, situação que será potencializada com eventuais manifestações, que por decisão do governo federal serão rechaçadas pelas forças militares. Em suma, confusão na certa.