Na contramão – A bancada do PPS trabalhará nesta terça-feira (18) para derrubar, na sessão do Congresso Nacional, o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto (PL 4268/08) que torna obrigatória a pintura de faixas de pedestres em um raio de um quilômetro em torno de escolas públicas e privadas situadas em área urbana. Para o líder do partido, deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), a recusa da petista em sancionar a medida é um desrespeito à vida de todos os estudantes do país.
Para vetar integralmente o projeto, Dilma alegou em mensagem ao Congresso que a proposta não levou em conta critérios técnicos e a vontade da população, além de trazer ônus para os municípios. “Falar de recursos orçamentários para a pintura de faixas de pedestres e colocação de placas de aviso, que no caso são ínfimos, é de uma infelicidade sem tamanho. Precisamos levar em conta a vida dos estudantes e dos pedestres em geral. Essa, não pode ser mensurada”, rebateu o parlamentar.
De acordo com levantamento feito pelo Estadão Dados, site de estatísticas do jornal O Estado de S. Paulo, de 2000 a 2010 um total de 107 mil pessoas morreram atropeladas no Brasil. “A pesquisa mostra ainda que, em cinco anos, os procedimentos hospitalares para atender vítimas de atropelamentos custaram R$ 231 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). É óbvio que esse custo é infinitamente maior do que o gasto com a pintura de faixas e com uma campanha nacional de conscientização”, reforça Rubens Bueno.
Para o líder do PPS, o veto da presidente Dilma é uma contradição, um passo atrás, “uma afronta aos esforços nacionais dedicados ao sucesso da ‘Década Mundial de Ação pela Segurança no Trânsito 2011-2020’, conclamada pela Organização da Nações Unidas (ONU) e da qual o Brasil é um alvo central, dada a conhecidíssima e vergonhosa alta mortalidade do trânsito em nossas ruas e estradas”.
Experiência
Inventada pelos ingleses em 1949 como meio de garantir maior segurança para os pedestres, a utilização correta da faixa de pedestre é exemplo em várias cidades brasileiras. Rubens Bueno lembra da experiência exitosa de Campo Mourão, cidade paranaense que, em sua gestão (1993/1996) como prefeito, se tornou exemplo para o país.
“Esse respeito à faixa foi resultado de uma política firme, que contou com o apoio da população. As faixas foram repintadas e vigiadas por policiais e agentes do Detran para multar quem não parasse para o pedestre atravessar”, lembra o deputado, que cita ainda o sucesso posterior da campanha das faixas de pedestres em Brasília.
“Na capital federal existe respeito com essa sinalização. A grande parte dos motoristas para ao avistar pedestres solicitando a travessia. Será que a presidente Dilma, que mora na capital federal, não enxerga isso?”, questiona o líder do PPS.
