Cabral foi a Brasília pedir ajuda a Dilma, mas voltou ao Rio sem definição e prejudicou o vice Pezão

sergio_cabral_35Tiro no escuro – Governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB) foi ao encontro da presidente Dilma Rousseff, em Brasília, para pedir o envio de tropas federais para reforçar o combate ao crime organizado nas áreas rotuladas como “pacificadas”, mas voltou à Cidade Maravilhosa sem qualquer decisão por parte da petista. Cabral, que após o encontro disse aos jornalistas que está tudo combinado, foi obrigado a concordar com o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que afirmou que nada está certo.

A única certeza que brotou da reunião com a presidente da República é que Cardozo irá ao Rio de Janeiro na próxima segunda-feira (24) para tratar do assunto. O mais estanho nessa epopeia é que o ministro da Justiça disse aos jornalistas que o governo da presidente Dilma “tem uma parceria com o Rio de Janeiro. É importante destacar que ainda está em vigência no Brasil o pacto federativo, que por si só obriga que a União seja parceira dos estados, sem qualquer discriminação.

No momento em que Cardozo destaca a tal parceria fica claro que o governo petista de Dilma Rousseff prioriza os estados governados por companheiros de legenda ou por aliados políticos. Dilma foi eleita para ser presidente de todos os brasileiros, não lhe cabendo a prerrogativa de escolher qual estado priorizará com verbas ou apoio.

Mesmo que o ano seja de eleições, a presidente não pode agir de maneira direcionada, uma vez que tal movimento denota o viés escuso da sua campanha, que, diga-se de passagem, está a naufragar em um mar de escândalos de corrupção.

Ao pedir ajuda ao governo federal, Sérgio Cabral comprometeu a campanha de Luiz Sérgio Pezão, vice-governador e candidato do PMDB ao Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense. PMDB e PT travam uma luta no Rio de Janeiro por causa da eleição ao governo estadual, sem que exista, pelo menos por enquanto, qualquer possibilidade de entendimento, uma vez que ambas as legendas têm candidatos próprios. O candidato petista é o senador Lindberg Farias, ex-prefeito de Nova Iguaçu, onde fez uma administração polêmica e conturbada.

Considerando que Dilma vem sendo alvo de uma rebelião da base aliada, comandada pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), parlamentar ligado a Cabral, é excesso de inocência pensar que a presidente prestará algum auxílio ao Rio sem faturar politicamente, não sem antes dar o troco nos peemedebistas.

A eventual ajuda do governo federal, que será detalhada na segunda-feira entre o governador e o ministro da Justiça, será paliativa, pois as tropas federais não ficarão eternamente no Rio de Janeiro para combater, ao lado dos policiais estaduais, o crime organizado. Sérgio Cabral deveria ter cobrado da presidente o imediato envio de tropas militares para as fronteiras do País, por onde passam diariamente enormes quantidades de drogas e armas, situação que interessa aos criminosos que atuam em milhares de cidades brasileiras destruindo famílias e levando pânico à população.