Jogando a toalha – O Vaticano comunicou nesta quarta-feira (26) que aceitou a renúncia do bispo de Limburg, Franz-Peter Tebartz-van Elst. O religioso alemão ficou conhecido como “bispo do luxo” devido a gastos de pelo menos 31 milhões de euros em fundos da Igreja em obras de reforma de sua própria casa.
Tebartz-van Elst havia sido afastado temporariamente do cargo em outubro pelo papa Francisco devido às investigações sobre o escândalo dos excessos de gastos para reformar a casa, que incluiria uma banheira orçada em 15 mil euros. Na época, o bispo já havia oferecido sua demissão.
O Vaticano afirmou que a situação na diocese de Limburg impossibilita que Tebartz-van Elst exerça seu ministério “de forma frutífera”, informou que a investigação interna sobre o caso foi concluída e que Manfred Grothe, atual bispo auxiliar da cidade de Paderborn, foi nomeado para dirigir a diocese temporariamente, enquanto se procura outra função para Tebartz-van Elst.
Encalacrado no Vaticano
O papa Francisco pediu, em comunicado, que os fiéis da diocese de Limburg aceitem a decisão “com docilidade” e que trabalhem para restaurar o que chamou de um “clima de caridade e reconciliação”.
O escândalo envolvendo o bispo de Limburg causou embaraço para o Vaticano, num momento em que o papa exorta os líderes da Igreja em todo o mundo a serem mais austeros e a levarem uma vida mais simples, para estarem mais perto dos pobres.
O papa Francisco repetidamente pediu a bispos que não vivam como príncipes. Ele mesmo deu o exemplo, renunciando aos espaçosos apartamentos papais no Palácio Apostólico, preferindo a acomodação mais modesta da Casa de Santa Marta, um alojamento do Vaticano.
Confissão
O cardeal Reinhard Marx, presidente da Conferência dos Bispos da Alemanha, saudou a decisão papal e disse que no futuro deverá haver mais transparência financeira na Igreja Católica alemã.
“É bom que o papa tenha tomado uma decisão que termina um período de incerteza para a diocese de Limburg e possibilita um novo começo”, disse Marx.
Tebartz-van Elst, de 54 anos, vinha sendo duramente questionado por alguns padres pela forma considerada autoritária de liderar sua diocese e foi alvo de crítica da imprensa e de fiéis pelos custos milionários de renovação da sua residência episcopal.
Além disso, ele foi motivo de investigações pela promotoria pública de Hamburgo, que o acusou de perjúrio por mentir sob juramento sobre uma viagem de avião para visitar comunidades carentes na Índia, a qual teria feito na primeira classe. O processo foi arquivado mediante pagamento de uma multa de 20 mil euros. Segundo a procuradoria, o religioso reconheceu ter mentido. (Com agências internacionais)