Hora da verdade – Por volta das 9 horas desta quinta-feira (27), o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) protocolou, no Senado Federal, requerimento para a criação de uma CPI para investigar os muitos escândalos e desmandos na Petrobras, dentre eles a conturbada compra da refinaria de Pasadena no Texas (EUA), que custou aos brasileiros nada menos do que US# 1,18 bilhão.
O documento entregue por Alvaro Dias tem 28 assinaturas, quando o mínimo exigido pelo regimento interno do Senado é de 27. Mesmo assim, esse número pode chegar a 31 assinaturas nos próximos dias.
Com a oficialização do pedido de criação da CPI, cabe à Mesa Diretora do Senado fazer a leitura do documento, em plenário, em data a ser marcada. Até lá, assinaturas poderão ser retiradas ou acrescentadas. Também no dia da leitura, até meia-noite, assinaturas podem ser apostas ou suprimidas. Depois disso, a Mesa determina a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito que, nesse caso, investigará os imbróglios na maior empresa brasileira, que sob o manto de Dilma Rousseff perdeu metade do seu valor de mercado em pouco mais de três anos.
O fato de o requerimento de criação da CPI ter sido protocolado não dá aos brasileiros de bem o direito de esmorecer na vigilância. Isso porque alguns parlamentares, como de costume, assinam o documento para, em seguida, negociar a retirada da mesma com o governo. Como a margem no número de assinaturas é apertada, pelo menos por enquanto, a retirada de apenas uma delas vale muito, tanto em dinheiro quanto em cargos na máquina federal.
De tal modo, os brasileiros que buscam um País livre da corrupção devem pressionar o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que leia o quanto antes o requerimento em plenário. Do contrário, quanto mais demorar, o Palácio do Planalto terá tempo e condições para investir contra alguns senadores que para surpresa do governo assinaram o pedido de criação da CPI da Petrobras.
A coleta de assinaturas, liderada pela oposição, começou na última terça-feira (24), sendo que o número mínimo necessário foi alcançado com o anúncio feito pelo líder do PSB, senador Rodrigo Rollemberg (DF), de que o partido apoiaria a ação.
Fo preponderante a decisão dos chamados senadores “independentes”, como Pedro Taques (PDT-MT) e Pedro Simon (PMDB-RS), de apoiar a criação da CPI, assim como dos dissidentes Clésio Andrade (PMDB-MG) e Eduardo Amorim (PSC-SE). Fora isso, a senadora gaúcha Ana Amélia Lemos, que é filiada a um partido da base aliada, o PP, assinou o documento e integrou um grupo de parlamentares que pediu ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que investigasse a petista Dilma Rousseff no caso da compra da refinaria texana.