Bateria no fim – O navio da Marinha australiana Ocean Shield, equipado com um localizador de caixas-pretas, detectou sinais compatíveis com os emitidos por esse tipo de equipamento que registram detalhes dos voos e gravam as últimas conversas na cabine de comando das aeronaves, afirmou Angus Houston, chefe australiano da missão.
“Claramente é uma das pistas mais promissoras que conseguimos ao longo das buscas, possivelmente a melhor informação que tivemos até agora”, disse Houston.
Apesar das novas indicações, o antigo chefe da Defesa australiana pede cautela, uma vez que ainda não foi confirmada nenhuma relação entre os sinais emitidos e o voo MH370.
De acordo com Houston, foram captados dois sinais, o primeiro com duração de duas horas e 20 minutos e o segundo de 13 minutos. “Nós recebemos uma indicação visual na tela e também um sinal sonoro – que soa como um localizador de sinal de emergência”, disse.
A embarcação Ocean Shield tenta, no momento, captar novos sinais para determinar o local de origem deles, antes de enviar um submarino não tripulado para confirmar se os destroços do avião estão nessa área de cerca de 4.500 metros de profundidade, como explicou o responsável pela operação. A profundidade coincide com o limite de atuação do submarino.
Segundo o capitão da marinha americana Mark Matthews, caixas-pretas emitem normalmente uma frequência de 37,5 kHz, e o sinal captado pela Ocean Shield foi de 33,3 kHz. No entanto, fabricantes do dispositivo alegam que a frequência da caixa-preta pode diminuir ao fim do seu tempo de vida.
“Pode levar dias para confirmar se há alguma relação entre os sinais emitidos e o voo MH370”, disse Houston. “Em águas muito profundas, nada acontece rapidamente.” Ainda segundo o chefe das operações, os pontos onde se encontram atualmente o navio chinês Haixun 01, que detectou sinais idênticos na sexta-feira e no sábado, e o australiano Ocean Shield, separados por cerca de 550 quilômetros, coincidem com os extremos sul e norte da zona delimitada de buscas.
Por enquanto, a embarcação britânica HMS Echo, que possui um sofisticado equipamento de localização sonora, tenta determinar se as emissões encontradas pelo navio chinês estão relacionadas ao voo desaparecido.
Para o especialista Geoff Dell, da Universidade Central Queensland, na Austrália, seria uma “coincidência extrema que esses sons viessem de outras coissa que não uma caixa-preta”.
Doze aviões, nove deles militares, e 14 barcos patrulhavam nesta segunda-feira o Oceano Índico a cerca de 2.000 quilômetros da costa ocidental da Austrália. (Com agências internacionais)