“Se nos atacam, claro que responderemos. Se nossos interesses legítimos, se os interesses dos russos são atacados diretamente, como ocorreu na Ossétia do Sul, não vejo outro caminho senão responder conforme o direito internacional”, afirmou o chanceler.
Em 2008, a Rússia interveio militarmente na Geórgia e, após um conflito armado de cinco dias, reconheceu a independência das repúblicas separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abkházia.
No leste da Ucrânia, há uma grande maioria russa, inclusive com passaporte. Moscou insistiu nesta quarta-feira para que o governo de Kiev retire as forças especiais enviadas ao leste do país para combater rebeldes pró-russos, que ocuparam prédios governamentais em diversas cidades. Além disso, Moscou pede o inicio de diálogos entre todas as regiões do país e forças políticas.
As declarações do ministro russo ocorreram após as autoridades ucranianas anunciarem na terça-feira o reinício de uma operação “antiterrorista” contra as forças separatistas do leste da Ucrânia, que haviam sido paralisadas durante o feriado de Páscoa. O retorno das operações iniciou-se horas após a partida do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Troca de farpas
EUA e Otan já deixaram claro uma série de vezes que um ataque militar na Ucrânia não seria tolerado. E na entrevista ao canal RT, Lavrov declarou que as decisões do governo ucraniano são “influenciadas” pelos americanos.
“É evidente que os Estados Unidos escolheram o momento da visita do vice-presidente para anunciar a retomada da operação, a mesma que tinha sido lançada imediatamente após a visita a Kiev de John Brennon, diretor da CIA”, afirmou Lavrov.
O secretário de Estado americano, John Kerry, teria afirmado, em telefonema com Lavrov, que está “extremamente preocupado” em relação à falta de medidas russas para solucionar o conflito. Kerry também ameaçou endurecer as sanções contra a Rússia caso não haja progresso em relação ao tratado de Genebra.
O ministro russo diz que Kiev não está cumprindo os termos do acordo de Genebra, assinado na quinta-feira por Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia. Por outro lado, a Ucrânia e os Estados Unidos também acusam a Rússia de não seguir o combinado, insistindo para que o Kremlin se distancie das forças separatistas do leste ucraniano.
O acordo prevê, entre outras medidas, o desarmamento de todos os grupos ilegais e a evacuação de todos os edifícios públicos ocupados na capital. (Com agências internacionais)