Padilha nega envolvimento com doleiro e ameaça processar jornalistas e órgãos da imprensa

alexandre_padilha_06Alta tensão – Ex-ministro da Saúde e candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha negou qualquer envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato. De acordo com a Polícia Federal, no monitoramento realizado ao longo das investigações surgiram indícios do envolvimento de Padilha com Youssef.

Durante entrevista de quase uma hora, concedida a jornalistas em hotel da Zona Sul da cidade de São Paulo, Alexandre Padilha classificou como mentirosas as acusações e ameaçou com interpelação judicial todas as pessoas que, segundo o petista, usaram o seu nome em vão. É importante salientar que se os advogados do ex-ministro de fato acionarão judicialmente todos os que noticiaram um fato vazado pela própria PF, que as primeiras ações na Justiça sejam contra a própria corporação.

Discursos como esse são típicos de candidatos que estão empacados e têm o nome envolvido em algum escândalo. Se alguém usou o nome de Padilha em vão, que o ex-ministro tire satisfações com o companheiro André Vargas, do PT do Paraná, que foi flagrado pela Polícia Federal trocando mensagens nada republicanas com o doleiro. Aliás, a PF considera Vargas como um sócio oculto de Youssef.

Alexandre Padilha sabe que tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes não é tarefa fácil, por mais que para tal conte com o apoio do agora lobista Lula, defensor maior da candidatura do ex-titular do Ministério da Saúde.

A Polícia Federal, assim como o Ministério Público, não abusaria da inocência ao levantar tão grave suspeita. Padilha, como manda a Constituição Federal, é apenas suspeito, portanto inocente. Sua reação exacerbada na tarde desta sexta-feira (25) pode levar a PF a desconfiar de outras estripulias mais no escopo da Operação Lava-Jato. O mais adequado em um caso como esse seria o candidato petista ter negado os fatos e exigido que as acusações fossem devidamente comprovadas.

O PT enfrenta o que se pode chamar de inferno astral político, o que tem o obrigado o partido a reagir de forma atabalhoada e desnecessária. Quando, em disputas eleitorais passadas, o PT acusava seus adversários sem qualquer fundamento ou documentação probatória, nenhum integrante do partido se preocupou com as consequências de um ato facilmente classificado como leviano. Agora, quem está a levantar suspeitas e fazendo acusações é a Polícia Federal.