Gleisi recebeu beneficiário de doleiro em palácio e encabeça lista de doações do esquema Youssef

andre_vargas_23Sinuca de bico – Elevada à condição de um dos “buldogues” palacianos no Senado Federal, Gleisi Hoffmann está cada vez mais enredada no escândalo de corrupção que atingiu seu coordenador de campanha, André Vargas, e o doleiro Alberto Youssef, preso Pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. Agora surgem novos sinais de sua ligação com o esquema de Youssef também na Petrobras.

Matéria divulgada pelo jornal “Folha de S. Paulo” revela que “um dos beneficiários das contas operadas pelo doleiro Alberto Youssef participou de duas reuniões no Palácio do Planalto em 2013, onde foi recebido pela senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR)”.

A matéria revela ainda quem é o beneficiário do doleiro recebido por Gleisi: “Homem do mercado financeiro, Cláudio Honigman e o pai dele receberam um total de R$ 75 mil em 2009 da MO Consultoria, empresa controlada por Youssef e investigada pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, por movimentar recursos do doleiro”.

Outra matéria jornalística, publicada no site da revista Veja, indica que Gleisi faz parte da bancada patrocinada por Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras preso em Curitiba. As possíveis ligações de Gleisi e seu marido, Paulo Bernardo da Silva (ministro das Comunicações), com esquemas que podem ter lesado a Petrobras já tinham sido noticiados e as informações foram atribuídas ao próprio André Vargas, inconformado com a falta de solidariedade do casal. Vargas apontou ligações de Paulo Bernardo com o grupo Schahin, fornecedor da Petrobras.

A nova denúncia destaca as doações de campanha recebidas pela senadora de empresas suspeitas de terem se beneficiado com o esquema Roberto Costa-Youssef. “Também no Paraná os nervos dos petistas estão à flor da pele. Vargas era cotado para chefiar a campanha da senadora Gleisi Hoffman ao governo paranaense. Ela também faz parte da bancada que recebeu recursos de fornecedores suspeitos de contribuir em doações intermediadas por Costa e Youssef”, destaca a matéria.

De acordo com o site da revista, Gleisi é campeã no recebimento de doações de empresas que aparecem como beneficiárias do esquema de corrupção na Petrobras: “Oficialmente, Gleisi foi a candidata ao Senado que mais recebeu recursos da Camargo Corrêa, com 1 milhão de reais embolsados na última eleição. Conseguiu ainda doações de outras empreiteiras na lista de Costa. A UTC Engenharia deu 250.000 reais para a campanha da senadora e a OAS repassou 780.000 reais. Angariou ainda 100.000 reais da Contax, uma coligada da Andrade Gutierrez, para sua candidatura”.

A situação de Gleisi se complica também por sua insuperável capacidade de se ligar a pessoas complicadas. Em 2011, levou para a Casa Civil, encarregando o novo estafeta de tomar conta das políticas do governo federal para menores, o petista Eduardo Gaievski, ex-prefeito de Realeza. O então assessor e braço direito foi preso em 2013 pela prática de 28 estupros, sendo 14 deles contra vulneráveis (menores de quatorze anos). Gaievski costumava dizer que era um especialista em “tirar virgindade”, façanha criminosa que insistia em divulgar nas rodas de amigos.

Recentemente, a Polícia Federal descobriu que o deputado André Vargas, coordenador da campanha de Gleisi, era sócio do doleiro Alberto Youssef em um laboratório de fachada – o Labogen – esquema criado para lesar o Ministério da Saúde e desviar dinheiro público. De acordo com a PF, o esquema Labogen envolveu o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo.