Situação difícil – A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) recebeu em duas ocasiões, no Palácio do Planalto, quando era chefe da Casa Civil, um representante do Banco Mizuho, investigado no Japão por suas ligações com a Yakuza, a violenta máfia japonesa que controla o jogo, o tráfico de drogas, prostituição, extorsão e lavagem de dinheiro.
No Palácio do Planalto, a então ministra recebeu Cláudio Honigaman, representante do Mizuho, em 21 de agosto e 12 de setembro de 2013. A senadora tem dado versões conflitantes sobre esse encontro e não consegue explicar os motivos que a levaram a recepcionar o representante do banco.
Honigman é um sujeito complicado. Ele recebeu dois pagamentos (de R$ 75 mil e R$ 170 mil) da MO Consultoria, empresa de fachada de Alberto Youssef, doleiro preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato e acusado de operações lesivas à Petrobras, e dono do Labogen, “laboratório-lavanderia” criado para roubar o Ministério da Saúde.
O vínculo de Gleisi com o esquema Youssef tem ficado cada vez mais evidente com o passar dos dias. Seu coordenador de campanha, o ainda deputado federal André Vargas, acusado de ser sócio de Alberto Youssef no Labogen, enquanto Gleisi é apontada como grande beneficiária de doações de empresas ligadas ao esquema do doleiro na Petrobras.
Por outro lado, mas no mesmo conturbado seio familiar, o marido de Gleisi, ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), teria vínculos nada republicanos com o Grupo Schahin, associado à empreiteira Camargo Corrêa. Para quem não se recorda, o Schahin surgiu pela primeira vez no palco petista anos depois do brutal assassinato de Celso Daniel, à época prefeito de Santo André. O grupo foi procurado por pessoas ligadas ao PR para viabilizar recursos que permitissem a compra de um jornal do ABC que avançava cada vez mais na investigação sobre a morte do então prefeito.