Chumbo trocado – O ministro do Interior da Ucrânia, Arsen Avakov, disse nesta terça-feira (6) que mais de 30 separatistas pró-russos foram mortos e dezenas ficaram feridos durante ofensiva do Exército da Ucrânia em Slaviansk, no leste do país. Em seu perfil no Facebook, Avakov disse também que quatro soldados do governo foram mortos e outros 20 militares foram feridos.
O avanço do Exército ucraniano rumo ao centro de Slaviansk na segunda-feira foi parte de uma ampla ação militar com a qual o governo visa recuperar o controle no leste e sul do país. Confrontos armados ocorreram em vários pontos nos arredores de Slaviansk. Nas regiões sul e leste, mais de uma dúzia de cidades estão no poder de milícias pró-russas.
Avakov acrescentou que os insurgentes estão usando civis como escudos humanos e que há vítimas entre a população local. O ministro disse a jornalistas em um acampamento ao norte de Slaviansk que os rebeldes usam armas pesadas, incluindo morteiros, segundo a agência de notícias Interfax.
As autoridades ucranianas cancelaram todos os voos de e para Donetsk, também localizada no leste do país. Os voos foram “provisoriamente” suspensos nesta terça-feira, de acordo com o serviço de imprensa do aeroporto, por ordem das autoridades de aviação ucranianas.
“Caos e guerra civil”
O presidente francês, François Hollande, alertou nesta terça-feira que a Ucrânia pode mergulhar em “caos e guerra civil” caso as eleições presidenciais planejadas para 25 de maio não aconteçam. Ele afirmou que Europa e Estados Unidos devem aumentar a pressão sobre a Rússia com novas sanções, frisando que a votação deve escolher um presidente que seja “legítimo para todos os ucranianos”.
O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, classificou no sábado como “absurda” a realização de eleições diante dos combates que ocorrem em algumas regiões da Ucrânia.
O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, alertou, em entrevista a diversos jornais europeus, para o perigo crescente de que a crise da Ucrânia se transforme num conflito militar aberto e cause uma nova “guerra fria”. Ele sugeriu a realização de uma nova reunião em Genebra entre as partes envolvidas na crise. “As imagens sangrentas de Odessa nos mostraram que estamos a poucos passos de um confronto militar”, observou.
O Ministério do Exterior da Alemanha está aconselhando todos os alemães a deixar as regiões sul e leste da Ucrânia. A situação está “atualmente muito tensa”, escreveu o órgão em seu site nesta terça-feira, alertando também jornalistas de que eles correm “perigo especial de serem detidos ou presos pelas forças separatistas”. (Com agências internacionais)