Despertador quebrado – Governador do mais importante estado da federação, São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin precisa deixar o “bom-mocismo” de lado e reagir aos ataques orquestrados pelo Palácio do Planalto, que no afã de alavancar a candidatura de Dilma Rousseff não tem medido esforços quando o assunto é leviandade.
De olho no Palácio dos Bandeirantes, o petista Alexandre Padilha, que foi acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, vem criticando sistematicamente o governo paulista pela crise de abastecimento de água, decorrente de uma estiagem sem precedentes. O sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, alcançou nesta quinta-feira (15) a marca de 8,2% de sua capacidade, o mais baixo nível em 84 anos.
Em outro vértice da artilharia palaciana surgiu Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, que em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo” disse que a crise no abastecimento de água em SP pé reflexo da falta de “investimento prudencial” por parte do governo do PSDB. Que os tucanos poderiam ter feito algo para evitar a situação atual todos sabem, mas não se pode montar uma indústria de água. O melhor seria conscientizar a população sobre o uso racional da água. Acontece que Lula, o mago de camelô, empurrou a população na vala do consumismo, como forma de reverter a crise econômica que desde 2009 chacoalha o País. No rastro dessa sandice surgiu também o uso desproporcional de água.
Nesta semana, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), cuja competência não lhe permite substituir uma lâmpada queimada, aterrissou em São Paulo para embalar a campanha do presidente da FIESP, Paulo Skaf, seu companheiro de PMDB e candidato do partido ao governo paulista. Lobão disse, na sede da FIESP, que não há possibilidade de racionamento de energia, mas criticou duramente a crise de abastecimento de água em São Paulo.
Edison Lobão deveria, sem, explicar aos brasileiros o escândalo da refinaria Premium, que a Petrobras está construindo no Maranhão, que já consumiu R$ 1,6 bilhão e ainda não saiu do papel. Criticar a crise por que passa o estado de São Paulo é muito fácil usando como parâmetro o fornecimento de energia elétrica. O Brasil só não tem enfrentado apagões porque desde 2012 as poluentes e caras usinas termelétricas funcionam sem parar. Ou seja, o que deveria ser um paliativo tornou-se permanente.
Pois bem, o ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, admitiu, durante audiência na Câmara dos Deputados, que o preço da energia elétrica subiu porque a Região Sudeste vem registrando uma estiagem inesperada e histórica. Ora, se a falta de chuva serve como desculpa para o Palácio do Planalto, por qual razão não serve para o Palácio dos Bandeirantes?
O ucho.info não está a defender o governo paulista, mas cobrando de Geraldo Alckmin uma postura mais combativa diante dos ataques sórdidos dos petistas. Afinal, o estado de São Paulo é a derradeira trincheira contra o projeto totalitarista de poder que há uma década o PT vem cevando.