Manifestantes fecham a Avenida Paulista, via de acesso aos dez principais hospitais da cidade de SP

(J. Duran Machfee - Folhapress)
(J. Duran Machfee – Folhapress)
Fora da lei – Principal via da cidade de São Paulo, a Avenida Paulista há muito foi transformada em palco de protestos, como se causar transtorno à população fosse a saída para as reivindicações dos descontentes, que têm o direito de constitucional à manifestação.

Não bastassem os muitos protestos que na manhã desta quinta-feira (15) interromperam o trânsito em muitos pontos da maior cidade do País, um grupo com aproximadamente 200 manifestantes decidiu bloquear uma das vias da Avenida Paulista, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os manifestantes nada cobram do poder público, mas querem receber o que é devido por conta das demissões promovidas pela empresa Idort, que prestava serviço de teleatendimento à prefeitura paulistana.

O líder do grupo afirmou que a via só será desobstruída se a empresa, que já informou não ter condições de fazer as quitações, aceitar receber representantes dos demitidos. O local para dirimir questões trabalhistas não é a Avenida Paulista, mas, sim, a Justiça do Trabalho. É inaceitável que duas centenas de pessoas que se dizem prejudicadas por determinada empresa causem transtornos a milhões de pessoas, inclusive colocando em risco a vida de muitos cidadãos.

Considerada o centro financeiro do País, a Avenida Paulista é não apenas a mais importante via paulistana, mas a principal rota de acesso a pelo menos dez dos mais importantes hospitais da cidade (Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa, Santa Catarina, Emílio Ribas, Hospital do Coração, 9 de Julho, Sírio-Libanês, Instituto do Coração, Hospital das Clínicas e Instituto do Câncer de São Paulo).

Em um regime democrático, os protestos podem e devem ser negociados com as autoridades, garantindo o direito à manifestação e o direito de ir e vir, ambos previstos na Constituição federal, como já mencionado.

No momento em que as manifestações acontecem sem planejamento e com o claro intuito de provocar o caos, a lei deve ser cumprida com o devido rigor, sem que as autoridades se preocupem com o discurso embusteiro e oportunista daqueles que falam em direitos humanos, Até porque, direitos humanos valem para os dois lados, ou seja, para os manifestantes e para os que sofrem com esses movimentos, muitas vezes de encomenda.