Vale tudo – Na selvagem troca de chumbo que acontece no Paraná entre o PMDB de Roberto Requião e o PT de Gleisi Hoffmann, pela vaga no segundo turno contra o tucano Beto Richa, governador do Estado, o nível vai baixar ainda mais. O PMDB reúne elementos para reabrir o caso Eduardo Gaievski, pedófilo investigado por 28 estupros (17 deles contra vulneráveis – menores de 14 anos) que Gleisi levou para assessorá-la na Casa Civil, encarregando-o de cuidar das políticas do governo federal relativas a menores.
O grupo de Requião pretende reabrir o caso não apenas porque a sentença de Gaievski (preso em uma penitenciária estadual em Francisco Beltrão, Sudoeste do Paraná, desde agosto de 2013) está prestes a sair, mas também porque os peemedebistas fiéis ao destemperado senador garantem ter elementos para comprometer Gleisi com um fato novo. Segundo propalam, há documentos novos demonstrando que a ex-ministra sabia dos crimes sexuais de Gaievski e teria sido alertada pelo GSI quando levou o delinquente para a Casa Civil. Documentos com um alerta sobre a inconveniência de levar Gaievski ao Palácio do Planalto estariam nas mãos do senador. No caso de os aliados de Requião provarem tal acusação, Gleisi poderia ser enquadrada no crime de prevaricação.
As relações entre Requião e o grupo político de Gleisi, em especial o marido da senadora, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), sempre foram tensas e nada diplomáticas. Em fevereiro de 2010, Requião acusou Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento de Lula, de ter proposto o superfaturamento de um ramal ferroviário do Paraná. Bernardo teria proposto o pagamento de R$ 550 milhões em recursos federais para que a America Latina Logística (ALL) construísse um ramal entre Guarapuava e Ipiranga, no Sudoeste do Paraná. Requião, que à época era governador, denunciou na TV Educativa que o trecho poderia ser construído por R$ 150 milhões.
O caso rendeu processos judiciais e a relação entre o senador e o casal parecia rumar para um apaziguamento quando Roberto Requião vislumbrou a possibilidade de voltar ao governo do Paraná e passou a enxergar na candidatura de Gleisi Hoffmann o principal obstáculo. Para enfraquecer Gleisi os aliados de Requião distribuem dossiês e atuam pesadamente nas redes sociais atacando a petista.
O PT vem dando o troco revelando o estilo de vida nababesco de Requião, sempre sob as expensas do contribuinte, que contrasta com seu discurso esquerdista-bolivariano. O PT também destaca os escândalos de corrupção que marcaram os governos do agora senador, em especial aqueles que envolvem irmãos de Requião, um político que sempre levou a família inteira para o primeiro escalão da administração paranaense. Documentos sobre propriedades da família Requião em Miami e em Paris estariam nas mãos dos petistas.